Leonard Peltier, 75 anos, 44 na prisão. A vida indígena importa?
Estados Unidos, uma reserva de nativos americanos no sul de Dacota, em Oglala.
É um período de enorme tensão nessa área, se produziram frequentes ataques às comunidades indígenas por parte de grupos armados, os GOONS, formados em parte por nativos. Estes são homens comprados pelo governo dos Estados Unidos para reprimir as lutas do Movimento Indígena Americano (AIM) que durante alguns anos esteve reclamando uma vez mais os direitos dos nativos estadunidenses.
Esse dia chegou um automóvel de surpresa a esta pequena e empobrecida reserva, sem sinais de identificação, com dois homens dentro, se detêm a uma distância segura, se produz um tiroteio. Em retrospectiva, se descobrirá que os dois homens eram dois agentes do FBI que buscavam um índio acusado de roubar um par de botas. Vocês acreditam?
Provavelmente fosse uma armadilha preparada pelo próprio FBI, já que centenas de agentes chegaram em questão de minutos e o tiroteio foi uma loucura. Os dois brancos que chegaram primeiro e um nativo morrem. Dos nativos, quanto às centenas que morreram nesses anos, assassinados sabe-se lá por quem, ninguém investigou, mas por essas duas mortes de agentes alguém teria que pagar e caro.
Leonard Peltier, tinha 31 anos, era um ativista do AIM, esteve presente esse dia, e isto foi suficiente para converter-se no bode expiatório, foi preso no Canadá em 6 de fevereiro seguinte, a extradição se obteve com evidência tão falsa que posteriormente o governo canadense protestou formalmente pela forma como se obteve. O FBI se vingou: através de um julgamento manipulado, Leonard Peltier foi sentenciado a duas prisões perpétuas.
Se desejas saber mais, explora os numerosos artigos na Internet que acompanharam às numerosas campanhas para a liberdade de Leonard Peltier.
2020: digamos que é o momento adequado para recordar que os Estados Unidos (como os demais países do continente americano) se formaram sobre a base do maior massacre da história. 80 milhões de indígenas. Um exemplo que o próprio Hitler apreciava.
Ao contrário, só hoje as palavras destes povos, destas culturas, podem ser fundamentais dado o grande risco que corre a humanidade neste planeta.
Que Leonard Peltier finalmente saia do cárcere, possa reunir-se com sua gente, é este o símbolo de um povo resistente que ocupa o lugar, AO VIVO, das estátuas que são demolidas.
Liberdade para Leonard Peltier, assim como para Mumia Abu-Jamal, irmão de luta e resistência, também um símbolo, desta vez do povo negro da América.
Se a polícia estadunidense os mata com armas e com o peso de seus corpos nas ruas, morrem ainda mais lentamente nos cárceres estadunidenses, onde todas as “minorias” se convertem em “maiorias”.
Liberdade para Leonard Peltier, para Mumia Abu Jamal e para todos os presos políticos do mundo.
Divulgue esta história, um homem confinado em prisões de máxima segurança durante 16.195 dias e noites, te agradecerá.
No espírito de Crazy Horse (“Cavalo Louco”).
A. / Junho 2020
Fonte: https://cslpbarcelona.wordpress.com/peltier/leonard-peltier-la-vida-indigena-importa/
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!