Com muita dor comunicamos o falecimento [em 26/06] de nossa companheira Armonía Borrás, companheira vinculada a esta Biblioteca desde sua fundação, uma companheira solidária por excelência, desde aqueles primeiros anos ajudando no comitê pró presos da FORA, passando pelos grupos de teatro solidário com as lutas obreiras como Arte e Natura junto a Vicente e Roque Francomano, sua militância no grupo Mujeres Libres, sua participação nas assembleias de 2001 e um sem fim de lutas mais. Sua vida leva a marca da Solidariedade, da luta e da Anarquia como bandeiras, para os que compartilhamos caminhos de luta junto a ela nos deixou um grande ensino: Lutar com coerência e durante toda a vida, assim transcorreram seus 100 anos.
Acompanhamos a sua Família neste triste momento.
Te despedimos entre lágrimas, recordações e sorrisos, com o punho levantado e cantando Hijos del Pueblo.
Armonía, Sempre teus e da Anarquia!
Biblioteca Popular José Ingenieros
> Borrás, Armonía (R. Argentina 1920-2020) <
Armonía Camelia Borrás é filha de imigrantes catalães. Seu pai, José Juan Francisco Borrás Mestre e sua mãe, Magdalena María Rosa Brianso Pedreny, anarquistas, eram oriundos de Sarreal, Tarragona.
José Borrás veio pela primeira vez à Argentina em 1905 e visitou familiares em Santa Fe, logo voltou à Espanha, se casou e retornou à América com sua esposa em 1911. O casal Borrás se estabeleceu em Buenos Aires onde nasceram Armonía e suas irmãs Azucena, Hortensia, Violeta e Orquídea.
A primeira recordação de sua militância anarquista, Armonía tem do ano de 1933, quando participava com os membros do Comitê Pró Presos, das visitas que faziam aos companheiros presos no cárcere de Devoto. Era jovenzinha e vivia em Villa del Parque quando foi fundada a Biblioteca Popular “José Ingenieros” em 1935. A família precisava tomar dois bondes para ir de sua casa até o primeiro local da Biblioteca na rua Garay y Pasaje Pereyra, o que ficava muito caro e portanto não podiam fazer a viagem tão frequentemente como gostariam.
Tendo participado da fundação da Biblioteca, Armonía recorda aquele primeiro local como um galpão muito grande dividido em duas partes por um tabique de madeira. À direita funcionava a Biblioteca e à esquerda havia um quiosque. Armonía começou sua militância ali confeccionando panfletos de propaganda. Ali também escutou Herminia Brumana dando uma de suas primeiras conferências em Buenos Aires.
José Borrás, militante do sindicato de calçado, era amigo de Esteban Delmastro. Os Borrás e os Delmastro, como os Milstein, os Seoane, os Escribano e muitos outros se integrariam à Biblioteca de modo familiar. Pouco tempo depois a “José Ingenieros” mudou o endereço para Santander 408 no mesmo bairro de Boedo. Armonía participava das conferências, festas noturnas e picnics organizados pela Biblioteca. Por volta de 1945 é criado o grupo “Arte e Natura” para a representação de obras teatrais em benefício dos presos e para arrecadar fundos para sustentar os jornais libertários, entre eles La Protesta, que é editado na mesma casa da rua Santander. Armonía atua nessas representações nas quais costumava apresentar-se as peças Hermano Lobo (1924) de González Pacheco e Barranca Abajo (1905) de Florencio Sánchez.
Armonía trabalhou desde adolescente como aparadora de calçado, logo, como sua mãe e suas irmãs aprendeu o ofício de cortadora e costureira de alfaiataria e se especializou na colocação de forros, lapelas e casas de botão. Sua mãe trabalhava para Gath & Chaves, ela foi modista da conhecida Casa Muñoz. Também trabalhou sempre como atriz para o cinema intervindo em muitos filmes, entre eles em La fuga (2001) de Eduardo Mignona e em La señal (2007), primeiro filme dirigido por Ricardo Darín.
A partir de 1993 fez parte do grupo Mujeres Libres, que funcionou na Biblioteca “José Ingenieros”.
Com seu companheiro Julio D’Aristotele, violinista, de quem se separou em 1965, teve a sua única filha Malva Rosa. Em 2010 Armonía Borrás completou seus noventa anos e os festejou na “José Ingenieros” com mais de oitenta companheiros.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Quão glorioso,
Nas folhas verdes, folhas tenras,
O brilho do sol!
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!