Em destaque, os pioneiros éticos que defendem direitos iguais para todxs
Por Z. Zane Mcneill
Veganos são um grupo diversificado. Entre elxs, pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais e assexuais/arromânticos (LGBTQIA) têm se engajado em movimentos de libertação animal. Além de lutar pelos direitos animais, estes incríveis veganos têm uma história de trabalho em favor de uma consistente antiopressão e de luta contra todas as formas de injustiça social, incluindo aquelas em relação a comunidades específicas como queer, trans, negros e indígenas. Em homenagem ao Mês do Orgulho, celebrado em junho, destacamos apenas alguns dos muitos ativistas, artistas e estudiosos que estão fazendo a diferença pelos animais e pelos outros. Se você não está seguindo esses trabalhos inspiradores, vai querer fazer isso agora.
1. LoriKim Alexander
Esta vegana e lésbica assumida de 25 anos é uma antropóloga e experiente bióloga que luta contra o racismo ambiental e pela libertação negra e indígena. Até recentemente, ela era codiretora da ‘BlackCuse Pride’, uma organização de e para pessoas negras trans e queer. Entre outros festivais veganos, Alexander tem compartilhado sua sabedoria como oradora na conferência mundial ‘Veganism of Color’ e na ‘Black Vegfest’ de Nova Iorque.
2. Suzy Gonzalez
Uma artista queer pansexual de origem mexicana, editora de zine e curadora, Gonzalez tem sua arte exposta em galerias dos EUA, incluindo Presa House Gallery, R Gallery e Lady Base Gallery, em San Antonio, Texas; MACLA, em San Jose, Califórnia; e RedLine Contemporary, em Denver, Colorado. Ela é uma das editoras do zine feminista interseccional ‘Yes, Ma’am’; é uma das organizadoras da ‘San Anto Zine Fest’, que congrega a mídia independente; e é uma das metades do coletivo de artistas ‘Dos Mestizx’. Suas obras ‘Tasty Chick’ (2013) e ‘Miss Drumstick’ (2013) foram influenciadas pela estudiosa de ecofeminismo e ativista de direitos animais Carol Adams.
3. Pattrice Jones
Jones é cofundadora do santuário animal administrado por LGBTQIA ‘Vine Sanctuary’, em Springfield, Vermont (EUA), que cuida de 700 animais e defende a libertação de todos os seres. Ela escreve e faz palestras sobre especismo e suas interconexões com racismo, homofobia e transfobia, incluindo contribuições em capítulos de mais de sete livros sobre libertação animal, ecofeminismo e estudos anarquistas, além de ser autora dos livros ‘Aftershock: Confronting Trauma in a Violent World: A Guide for Activists and Their Allies’ e ‘The Oxen at the Intersection: A Collision’.
4. Julia Feliz
Feliz é uma autora negra indígena não-binária, ilustradora, cientista e “faz-tudo”. É fundadora do ‘Sanctuary Publishers’, uma editora vegana de livros que busca inspirar a transformação para a melhoria do mundo, o que inclui doar uma parte de suas vendas a comunidades marginalizadas. Feliz também administra uma série de sites de justiça social, tais como o NewPrideFlag.com, VeganismOfColor.com e NeuroAbleism.com. Como integrante da ‘Sanctuary’, Feliz escreveu e ilustrou os livros ‘Baby and Toddler Vegan Feeding Guide’ e ‘Wild and Free’, além de ter editado as obras ‘Veganism in an Oppressive World’, ‘Veganism of Color’ e ‘Trans and Queer Voices’.
5. Frankie Mouche
Uma vegana autista e não-binária, Mouche administra o blog e as mídias sociais do ‘Queer Vegan’, que cobre tópicos como direito animal, comida vegana, libertação queer, fitness e heavy metal. Frankie e seus parceiros de negócios também abriram o café vegano Aubergine, em Cardiff, País de Gales, para criar oportunidades de trabalho a pessoas que vivem com autismo.
6. Margaret Robinson
Robinson é uma bissexual indígena “two-spirit” [1] e pesquisadora que escreve sobre mulheres bissexuais, humanidades mi’kmaw [2], veganismo crítico e estudos críticos de saúde. Como professora assistente de Sociologia e Antropologia Social na Universidade de Dalhousie, em Halifax, Nova Escócia (Canadá), ela aborda questões como veganismo indígeno e trabalha com organizações de apoio, entre as quais a ‘Toronto Bisexual Network’, ‘Rainbow Health Ontario’ e projeto ‘Risk and Resilience’.
7. Shiri Eisner
Uma bissexual mizrahi [3], genderqueer e pesquisadora-ativista que mora em Tel Aviv (Israel), Eisner é autora de ‘Bi: Notes for a Bisexual Revolution’, além de ser uma voz feminista, anarquista e antissionista. Ela está envolvida com os movimentos Palestina Livre, de direitos animais, de libertação queer e de justiça para pessoas com deficiência.
8. Michelle Carrera
Carrera é uma ativista queer porto-riquenha que fundou as organizações sem fins lucrativos ‘Chilis on Wheels’, ‘Vegana de la Comunidad’ e ‘Microsanctuary Resource Project’. Ela acredita no poder da ajuda mútua e do trabalho solidário como chaves para a libertação coletiva. Seu trabalho de justiça alimentar e outros no campo do ativismo de justiça social têm foco no veganismo e em comunidades marginalizadas.
9. Kamekə Brown
Brown é uma womxn [4] queer negra que trabalha no ‘Farm Sanctuary’ de Nova Iorque como gerente de Programas de Justiça Social, os quais envolvem projetos que enfatizam consistente antiopressão em torno de questões de nosso sistema de alimentação. Ela tem mestrado em Mudança Social e participou das obras ‘Veganism of Color’ e ‘A Better World Starts Here: Activists and Their Work’.
10. Jasmin Singer
Esta lista não estaria completa sem a lésbica e defensora da libertação queer Jasmin Singer. Informação completa: Singer é uma editora de longa data do ‘VegNews’. Ela também é cocriadora do podcast de direito animal ‘Our Hen House’, autora do livro de memórias ‘Always Too Much and Never Enough’ e atualmente está trabalhando no próximo ‘VegNews Guide to Being a Fabulous Vegan’. Singer foi incluída numa lista de notáveis ativistas da publicação ‘The Advocate’, é diretora de conteúdo da companhia de beleza Kinder Beauty e participou do Dr. Oz Show e nos documentários sobre veganismo e direitos animais ‘Vegucated’ e ‘The Ghosts in Our Machine’.
>> Zane McNeill é uma pesquisadora-ativista não-binária, vegana há dez anos e coeditorx de ‘Queer and Trans Voices: Achieving Liberation Through Consistent Anti-Oppression’.
Notas do tradutor:
[1] Two-spirit (“dois espíritos”) é uma identidade de gênero. Indica que o corpo de uma pessoa “two-spirit” abriga, simultaneamente, os espíritos masculino e feminino. A ideia tem origem entre os nativos norte-americanos.
[2] Mi’kmaw é um dos povos indígenas originais do Canadá.
[3] Os judeus mizrahi, também chamados de judeus orientais, são os originários da diáspora que migraram para o norte da África e Oriente Médio.
[4] No inglês, “womxn” é uma grafia alternativa que confronta criticamente a presença dos termos “man/men” (homem/homens) como partes das palavras “woman”/”women” (mulher/mulheres). “Womxn” também pretende incluir em seu significado as mulheres trans e as mulheres não-brancas.
Fonte: https://vegnews.com/2020/6/10-contemporary-queer-vegans-you-need-to-know-about
Tradução > Erico Liberatti
agência de notícias anarquistas-ana
Aqui e ali,
Sobre os campos florescem
As quaresmeiras.
Paulo Franchetti
Tô bem longe de entender todos os termos e referências citadas,mas acredito que as lutas identitárias abriram novas janelas para as batalhas do nosso tempo.Aprender isso tudo sem presunção é a tarefa mais urgente