Por Sergio Jiménez Foronda | 04/07/2020
A artista peruana Vegan Bunnies usa a arte urbana para “desconstruir” estereótipos de gênero, assim como ela tenta se desconstruir todos os dias porque não se considera perfeita ou busca a perfeição, mas sim “melhorar constantemente”.
Vegan Bunnies conversou com Efe por ocasião de sua participação na exposição ‘Arte Urbana’ na cidade de Logroño (norte), que pode ser visitada até 23 de agosto e para a qual esta artista pintou um mural em uma das paredes da sala.
Bunnies salienta que exposições como esta, dedicadas às mulheres na arte urbana, permitem dar “mais força às mulheres, que quase sempre estiveram em museus e galerias como musa, mas também há artistas e criadoras”.
“Não somos apenas mães e donas de casa, ainda acreditamos em esquemas como a família formada por uma mulher e um homem, e devemos aproveitar esses tempos para levantar nossas vozes”, assegura ela.
Esta grafiteira assinala que “as mulheres, em geral, sempre foram invisíveis em tudo: foram vistas desde o início da luta feminista, com simples direitos básicos que não puderam exercer e, mesmo assim, com todo o tempo que passou, nós as vemos até mesmo na linguagem”.
Os trabalhos assinados por Vegan Bunnies falam tanto de suas situações diárias, com a visualização de sua depressão, como das experiências de suas companheiras, através de mensagens que, embora nem sempre escritas, estão presentes em seus desenhos.
Ela diz que começou a produzir arte urbana há cerca de oito anos em Barcelona, onde fez “pinturas anarquistas”, de lá passou para cartazes e um dia, enquanto desenhava em um pedaço de papel, ela se perguntou porque não deveria mostrar sua criação na rua, que “rompia com a estética que é habitual no movimento anarquista”.
“Me motivava o anarquismo, sua maneira de se expressar na rua sempre me causou muito interesse e, quando se está interessado em algo, o mundo se encarrega de te levar a ver essas coisas, era algo natural”, enfatiza.
O mural que Vegan Bunnies pintou para “Arte Urbana” é baseado em “eventos razoavelmente atuais” refletidos através de seus personagens recorrentes, alguns pequenos coelhos, com os quais ela tenta tornar visíveis “situações atuais” que afetam a sociedade no dia-a-dia.
O centro da obra é uma menina colorida que joga um cacto, uma referência ao grafite do artista Banksy, no qual aparece um menino que realiza este mesmo gesto com um buquê de flores, específica.
“Se eu tivesse que jogar uma planta, seria um cacto, por causa da raiva que sinto por tudo o que é injusto”, salienta esta criadora, que acrescenta que seu mural se refere à revolta social, discriminação, igualdade de gênero, veganismo, feminismo e a bandeira transgênero.
Sobre como ela definiria sua arte, ela aponta que produz o que “nasce” e traz “puro e duro sentimento à rua”, seja “pintando um grafite vandalístico ou fazendo o mural mais bonito do mundo”, porque “você não pode definir o que o coração e a mente pedem”.
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Canta o bem-te-vi
no galho da goiabeira:
mesma saudação!
Ronaldo Bomfim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!