Amigos! Uma crise política está prestes a acontecer na Bielorrússia. Há uma boa chance do regime de Lukashenko, que parecia durar para sempre, perder o controle: parcial ou totalmente, temporariamente ou permanentemente… A sociedade bielorrussa mostra uma fúria ativa sem precedentes contra a ditadura. O que acontecerá quando as primeiras rachaduras no sistema se transformarem em seu colapso completo?
Talento, altruísmo e coragem de pensar – são as principais vantagens do movimento anarquista. Os anarquistas da Bielorrússia sempre foram “uma raça particular”. Na Rússia e na Ucrânia costuma-se dizer que os camaradas bielorrussos são distintos por sua abordagem mais madura da luta – eles estão prontos para fazer sacrifícios, prontos para a repressão.
Ser anarquista na Bielorrússia nunca foi sobre diversão e jogos. A participação no movimento é, por si só, suficiente para te mandar para a prisão. Décadas de perseguição moldaram o caráter coletivo dos camaradas bielorrussos. Não parece coincidência que os anarquistas na Bielorrússia estejam mais evidentes no cenário político geral do que seus colegas de outros países vizinhos.
No entanto, a ideia de que anarquistas podem “apenas apoiar revoltas populares espontâneas” ainda permanece nos nossos círculos. E também que ideias libertárias estão a quilômetros de distância de ganhar as mentes das pessoas. Que em qualquer revolução atual nós podemos apenas “educar o público”, ganhar preferências e oportunidades para o nosso movimento – mas não derrotar o próprio Estado… Esses são conceitos errôneos fundamentais, camaradas.
Está na hora de perceber que nós, como amigos da liberdade, devemos usar toda a nossa energia, nosso poder e recursos para convencer a parte mais ativa da sociedade, de que PODEM estabelecer um sistema genuíno de autogoverno e de igualdade das pessoas. Como revolucionários, temos que participar da luta de modo mais ativo. Temos que buscar todas as oportunidades para ganhar espaço social e físico para colocar as ideias anarquistas em prática.
É o momento para a mobilização. Se as pessoas começam um confronto direto com as autoridades, nós temos que estar na vanguarda e nortear pelo exemplo. Mais importante, nós temos que criar nossos próprios “centros de poder” para influenciar os protestos. Espaços de tomada de decisão devem se tornar uma alternativa para todos os “centros de comandos” dos então chamados oposicionistas. É nossa responsabilidade sermos corajosos o suficiente para nos tornarmos coordenadores de pensamento e organizacionais para pessoas rebeladas. É a única maneira de dar uma chance a uma sociedade livre.
A Ukrainian Maidan nos deu uma lição inestimável: aqueles, que pensam que ser “vocal de apoio” é suficiente – são deixados invariavelmente de lado na estrada para a revolução. Eles estão condenados a serem derrotados por aqueles que buscam os papéis centrais. Mais uma vez, não devemos deixar políticos sedentos de poder tomar esses papéis. Somos defensores de uma sociedade sem competição. Mas, ironicamente, para a construirmos nós temos que competir com nossos oponentes e vencer.
Não basta “aumentar a atividade”. Para vencer, devemos construir uma infraestrutura para coordenar todo o movimento de protesto. Temos que criar nossos próprios canais de informação e propaganda. Tornar possível o envolvimento de manifestantes “comuns” nas atividades anarquistas por meio fluído de nossos camaradas confiáveis. Temos que estar prontos para um confronto violento também. Nunca temer assumir o controle e tomar decisões ambiciosas.
E mesmo se essa barata de bigode permanecer em seu trono mais uma vez, se os anarquistas descobrirem que eles têm que estar na vanguarda da mudança política, isso vai permitir que o movimento se prepare para o colapso iminente do regime atual. Essa é a revolução de mentalidade que podemos fazer hoje.
Prepare seu trenó no verão – o inverno está chegando, vamos nos preparar.
Anarchist Fighter
Fonte: https://bo-ak.org/index.php/en/theory-en/254-anarkhistam-belarusi-2
Tradução > Brulego
Conteúdos relacionados:
agência de notícias anarquistas-ana
lua quase cheia
por trás das nuvens
nos olhos do cão
Alice Ruiz
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!