C o m u n i c a d o
Um fantasma percorre as ruas. Escapando do controle. Desafiando a vigilância. Deixando a mensagem irreverente na pele ressecada das cidades. Faz umas semanas uma lutadora social é condenada por fazer um grafite no centro de Montevidéu, ao completar um ano do começo da revolta da região chilena.
Condenada pela lei de faltas deixada pela esquerda ao governar e hoje é usada pela direita no poder. O delito de deixar uma mensagem perturbadora no “espaço público” deixa a descoberto a grande mentira da democracia, na qual somos (de)formados desde criança. Nos dizem que somos parte de uma sociedade, mas só temos obrigações e nunca benefícios.
Tudo está bem se produzimos e consumimos, mas toda a violência se desencadeia contra nós se ousamos pôr em questão esta ordem ainda que seja tão somente com uma lata de tinta. As ruas e as calçadas das cidades que supostamente são território comum, estão de fato tomadas pela propaganda do capital e pelos símbolos do autoritarismo, violência simbólica que nos penetra dia a dia queiramos ou não modelando nosso inconsciente. A voz do capital tem o direito porque a lei e o direito são as garantias do funcionamento do capitalismo. Portanto é lógico que o protesto seja um crime. E o protesto deve estar disposto a romper a lei se pretende chegar a suas últimas consequências.
É assim que mais além das proibições e das leis que pretendem nos silenciar, o grafite insolente e atrevido (esse que não se deixa mercantilizar) segue manchando selvagemente o cenário civilizado da cidade, máscara que esconde a crueldade capitalista.
E para que fique claro que se tocam a um tocam a todos, coordenamos esta resposta. Querem nos silenciar com o medo a lei, mas redobramos a aposta. Demonstramos com a prática que o controle não é total como pretendem nos fazer crer. Nos escorremos pelas gretas da repressão e do poder, burlamos a videovigilância de seu pan-óptico. Nos sobrepomos ao medo e saímos da atitude defensiva e vitimista.
E em nossas ações recordamos PLEF, grafiteiro morto pelas balas fascistas desses bons cidadãos que mantêm e são mantidos por esta farsa.
5 DE NOVEMBRO – GRAFITE É RESISTÊNCIA.
REGIÃO CONTROLADA (menos do que quiseram) PELO ESTADO TERRORISTA URUGUAIO.
CANELONES, MALDONADO, LAVALLEJA.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Mar de primavera –
O dia todo
Lentamente ondula.
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!