17 de novembro de 2020: No dia em que se comemora a sangrenta revolta estudantil contra a ditadura de 1973, é assim que o governo de direita na Grécia homenageou os mortos do regime fascista. Ao proibir todas as reuniões de mais de 3 pessoas, algo que aconteceu na Grécia pela primeira vez em sua história moderna, em 21 de abril de 1967, quando ocorreu o golpe militar fascista, e em 17 de novembro de 1973, durante uma revolta estudantil contra a junta militar desse mesmo regime.
A proibição de reuniões públicas de mais de 3 pessoas naquele dia específico (e no dia 6 de dezembro, dia comemorativo da revolta ocorrida em 2008 após o assassinato de um adolescente de 15 anos por um policial em Exarchia em Atenas), durante os 9 meses de pandemia despertou memórias de um regime fascista criando um precedente incompreensível de proibição de protestos. É óbvio para as pessoas que a proibição de reuniões públicas foi imposta com um único objetivo. Para proibir protestos. Enquanto há 9 meses desde o começo da pandemia outros lugares ao redor do mundo se prepararam para a 2ª onda mais perigosa e letal da pandemia, fortalecendo seus sistemas públicos de saúde, contratando mais médicos e enfermeiras, instalando novos hospitais e Unidades de Terapia Intensiva, o governo de direita neoliberal na Grécia optou por contratar milhares de policiais (fato verdadeiro) e fornecer aos meios de comunicação de massa dinheiro grátis para promover a propaganda do governo. Contratar policiais em vez de médicos e enfermeiras durante uma pandemia mortal! Imagine isso!
Diante da total incompetência do governo grego para lidar com a pandemia e um ataque direto aos direitos das pessoas, muitos em toda a Grécia desafiaram a proibição das reuniões públicas e simbolicamente foram às ruas tomando todos os cuidados de saúde, para protestar, usando máscaras e mantendo distâncias (como pode ser visto claramente no vídeo). Essas pessoas não eram anti-máscara ou qualquer coisa desse tipo. A essência do anarquismo e do comunismo é baseada na noção de que as necessidades de muitos superam as necessidades de poucos.
E então o governo grego e a polícia mostraram sua verdadeira face. Como pode ser visto no vídeo, enquanto todos os cuidados de saúde eram tomados pelos manifestantes, dezenas de policiais lançaram um ataque implacável com cassetetes, granadas explosivas, gás asfixiante, canhões de água e dezenas de motociclistas perseguindo manifestantes por muitos quilômetros. O paradoxo idiota do poder. Eles feriram e asfixiaram pessoas para proteger sua saúde!
Cenas semelhantes às do vídeo acima (filmado por @kinimatini no Twitter) ocorreram em Atenas e em outras cidades e vilas gregas. E, ainda assim, em uma nova vida orwelliana, como agora está sendo formulada por aqueles poderes, as pessoas ainda conseguiram quebrar o muro de medo que estava sendo construído em torno de suas vidas, retomando as ruas para mostrar que esta será uma longa batalha.
>> Veja o vídeo (06:11) aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=VrbwOE4_YtI&feature=emb_title
Tradução > A. Padalecki
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sem raízes
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!