O festival do filme anarquista e punk de sp começa em 2012, com a proposta de divulgar a produção audiovisual libertária pelo mundo, apoiar a criação de redes e contatos entre projetos de realização e exibição, compartilhar conhecimentos e reflexões práticas sobre o uso da câmera como ferramenta em nossas lutas e suas possibilidades e problemáticas, e incentivar novas produções.
Acreditamos que, assim como outros meios de expressão, contra-informação e difusão de nossas ideias, a câmera e o audiovisual podem ser uma importante ferramenta dentro das muitas trincheiras em que atuamos enquanto anarquistas, e por isso seguimos criando mostras, cineclubes, documentários e experimentos audiovisuais.
Pensamos no audiovisual para além dos ambientes virtuais, redes sociais e mero espetáculo do entretenimento. Defendemos a importância do encontro, dos momentos de reflexão coletiva, do diálogo e do olho no olho. O audiovisual anarquista como a possibilidade de romper a narrativa oficial colonizadora e manipuladora, a história dos “vencedores”, e contarmos nossas próprias histórias com nossas vozes. Criar nossos meios de expressão e comunicação com autonomia e fazer voar para longe nossas ideias, sentimentos, expressões, imaginários, experiências e realidades. Pensamos o audiovisual anarquista como algo diretamente conectado com as lutas, as ruas, as experiências libertárias, as barricadas e as práticas de ruptura com o estabelecido. Uma ferramenta que nos permite não apenas falar e transmitir ideias, mas gerar questionamentos, reflexões, incentivar a ação, proporcionar o encontro e a troca. Nosso modo de fazer e pensar o audiovisual nada tem a ver com a indústria do cinema: temos outros porquês, outras propostas, outros olhares e outros modos de nos organizar.
Esta nona edição será online para que seja possível que aconteça. Mas buscando romper com um pouco dessa frieza virtual, para este ano pensamos em não somente apresentar filmes, mas aproveitar para realizar o encontro de experiências, projetos e olhares sobre o audiovisual anarquista, reunindo companheirxs de diversas partes para promover essa troca. Os diálogos coletivos e reflexões são muito importantes para nós, e, se este ano não poderemos nos olhar olhos nos olhos, que a virtualidade permita um encontro de realidades que também nos possa gerar discussões! Contribuíram com a realização deste Festival companheirxs de muitas latitudes: Brasil, Argentina, Peru, Ecuador, Colombia, México, Alemanha e Chile – com entrevistas, depoimentos, conversas ao vivo, música, apresentações e, como não poderia deixar se ser, os filmes.
Deixando as redes sociais corporativas e sua lógica de manipulação, censura e lucro, nos esforçamos em realizar esta mostra com plataformas e ferramentas livres, com todas as dificuldades que possa haver, transmitindo diretamente de nossa casa virtual: o site anarcopunk.org/festival. De 1 a 6 de dezembro, nos vemos na 9ª edição do Festival.
>> Veja a programação completa da 9ª edição do Festival aqui:
https://anarcopunk.org/festival/programacao-2020/
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Ricardo Silvestrin
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!