Federação de Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil | 09 de dezembro de 2020 – Ceará, Brasil
A valente caminhada da Ocupação Carlos Marighella (OCM) atravessa momento decisivo em sua recente história, pois está marcado para o dia 11 de dezembro o despejo forçado das 85 famílias que ocupam o terreno na periferia da cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Nascida da necessidade de enfrentamento a pandemia da miséria e da covid-19, o povo pobre em luta ocupou um terreno abandonado por 20 anos para fazer valer o direito à moradia e vida digna.
Localizada no bairro Mondubim, a OCM é formada majoritariamente por mulheres, homens e crianças negras, trabalhadores pobres que como outros milhões no Brasil estão lutando e resistindo por moradia e condições de vidas dignas em meio ao avanço de um governo paramilitar de extrema-direita, Bolsonaro-Mourão. A resistência da OCM teve seu início em 08 de junho de 2020, quando mulheres, homens e crianças em sinal de resistência e luta ergueram seus barracos, fincaram seus pés e decidiram lutar pelo direito de moradia.
Desde então, a OCM simboliza as práticas e laços de solidariedade entre trabalhadoras e trabalhadores pobres em sua luta histórica por libertação das opressões do sistema capitalista que pune os pobres e recompensa os ricos. Essa expressão de resistência historicamente aparece de modo difuso entre o povo que sempre construiu práticas de mutualismo no cotidiano de luta pela existência de trabalhadores pobres e povos originários.
No Brasil, na realidade, a OCM simboliza a insurgência popular e insubmissão contra o genocídio dos povos indígenas e negros. A FOB compreende que o mutualismo é a capacidade dos trabalhadores de se organizarem por si mesmos desenvolvido sempre de baixo para cima. Ou seja, é somente pela base popular que a união horizontal e autônoma entre trabalhadoras e trabalhadores é capaz de construir a apropriação das condições de reprodução da existência, de uma vida digna e livre.
Nesse sentindo a OCM se apresenta como uma vanguarda da resistência popular, pela terra e soberania dos explorados e escravizados pelo racismo capitalista. Capacitando nosso povo fisicamente e politicamente para a resistência contra o estado burguês militarizado, genocida, colonial e patriarcal.
A justiça burguesa não revogou a ordem de despejo que autoriza o uso cretino da força para destruir a OCM, em meio a uma pandemia que massacra principalmente o povo enquanto os poderosos continuam lucrando em cima da miséria da classe trabalhadora.
Por isso, é mais do que urgente defender a OCM por meio da solidariedade e união popular contra o despejo das dezenas de famílias ameaçadas pelo estado reacionário e seu cúmplice mesquinho, o direito burguês.
A justiça do povo determina que a terra é de quem vive e nela trabalha. A OCM se organiza pela autogestão dos moradores e construiu um plano emergencial de negociações, apresentando e confirmando as condições reais da autoorganização e colaboração do povo rebelde.
A FOB convoca a solidariedade de todas as organizações da classe trabalhadora à Ocupação Carlos Marighella para defender os direitos do povo pobre em luta.
Todas e todos em defesa da OCM contra a sanha especulativa dos governos, justiça e capitalistas.
Despejo Zero!
Sindicato Geral Autônomo do Ceará
Rede Estudantil Classista e Combativa
agência de notícias anarquistas-ana
O sol brilha
Nas vigas da ponte –
Névoa da tarde.
Hokushi
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!