Editorial: Capítulos fechados, história aberta.
Após as votações de 25 de outubro, a revolta teve uma diminuição evidente e uma configuração interna. A esmagadora vitória da “aprovação” mostrou nos números a polarização que existe na sociedade, ao mesmo tempo em que parecia “fechar” a etapa de luta que se abriu em 18 de outubro. O triunfo da “aprovação” é certamente uma vitória, mas é apenas uma vitória simbólica, e aí é que está o perigo; nada garante que depois de 25 de outubro as coisas vão melhorar, muito menos que nossas necessidades serão verdadeiramente resolvidas. O fantasma de Jaime Guzmán e seu neoliberal “Chip” continua a assombrar a constituição atual, seus defensores e seus falsos críticos (todos aqueles que com um falso sorriso saltaram para o vagão da vitória). Os obstáculos e truques constitucionais que existem na “eleição dos eleitores” nos fazem desconfiar daqueles que governam e olhar para todo o processo institucional com profunda incerteza. Seja como for, se há algo que podemos aprender com o plebiscito de 1988, é que não devemos relaxar, não devemos acreditar neles, não devemos deixar a rua de lado ou deixar o confronto de lado. Alimentar a rebelião de todas as maneiras possíveis é indispensável e fundamental para manter o Estado nas cordas e aplicar pressão, intensificando a luta e reconhecendo nossos objetivos. Foi assim que alcançamos “pequenas vitórias”.
Após a votação de 25 de outubro, a revolta foi reconfigurada e, pelo menos aqui em Santiago, o cenário dos confrontos se deslocou para as proximidades do metrô da Universidade do Chile para tentar chegar à La Moneda em desafio. Nas ruas há raiva e indignação; ouve-se alto “Fora Piñera”, “abolição da polícia”, “abaixo o SENAME” e “liberdade para os prisioneiros da revolta”, sendo este último digno de nota já que o grito de libertação dos camaradas se espalha rapidamente por toda a população. Neste sentido, as jornadas de protesto são articuladas em diferentes territórios buscando chamar, sensibilizar e manter viva a chama da revolta, registrando também distúrbios na comuna da Estação Central.
O momento em que nos encontramos é algo difuso; a presença na rua é mantida (menos do que antes) e são configuradas novas e mais iniciativas organizacionais, além de renovar (ou desaparecer) aquelas que já existiam. A revolta resiste à morte. A partir disto, é necessário tirar conclusões e identificar os problemas de raiz, buscando sempre ir mais longe.
Apelamos para que as pessoas continuem se organizando, cuidando de si mesmas, informando-se e construindo na prática novas maneiras de resolver suas necessidades e recuperar a vida que estes assassinos estão roubando deles. Também lhes damos as boas-vindas a este terceiro número do boletim da Assembleia Libertaria de Chuchunco, que além de amor, fogo, afeto e anarquia, contém reflexões da Assembleia um ano após a revolta, TPP-11 e o perigo de nossa autonomia alimentar, palavras da companheira anarquista Mónica Caballero, atualização dos restaurantes comunitários que continuam funcionando no setor, poemas, desenhos e muito mais…
Um abraço para todxs. Sinta-se livre para ler, espalhar, compartilhar e falar…
Para a rua todxs xs presxs da revolta!
Pela destruição de todas as formas de autoridade!
Solidariedade e apoio mútuo!
Assembleia Libertária Chuchunco
Vale do Mapocho [Est. Central, Santiago]
Primavera, 2020
>> Baixar:
https://lapeste.org/wp-content/uploads/2020/12/boletin_03_alch.pdf
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
É quase noite –
As cigarras cantam
Nas folhas escuras.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!