Por Grupo de Memória Histórica – Secretaria de Cultura do Comitê Confederal
Concha Diéguez, depois de ter ido a todas as instâncias oficiais e encontrar-se com um grande muro institucional, consegue dar a seu pai um enterro digno.
Claudio Doroteo Diéguez Loza, natural de San Asensio em La Rioja, trabalhou como foguista na ferrovia Miranda de Ebro. Ele havia solicitado uma transferência para Alsasua. Ele foi promovido a maquinista. “Naquele dia ele estava trabalhando em Miranda, onde o mandaram matar”, lembra-se sua filha.
Filiado à CNT, foi acusado de colocar cartazes em 1931 contra os assassinatos nas Astúrias, bem como de fazer campanha para o voto das mulheres nas eleições.
Segundo sua filha, Claudio Doroteo tinha acabado de chegar a Alsasua e estava sentado em um banco em um parque. Eles o levaram para a prefeitura para verificar seus documentos; como tudo estava em ordem, eles iam libertá-lo, quando alguns requetés o impediram com acusações e o transferiram para a prisão de Alsasua em 13 de setembro de 1936.
Nessa mesma noite, ele foi levado com outros três homens em um caminhão. Como ele não queria sair, atiraram nele bem ali. Enterrados gravemente feridos em uma cova em Sozarreta, segundo testemunhas, vários cães desenterraram os corpos e tiveram que ser enterrados de novo. Anos mais tarde, quando a estrada foi ampliada, os trabalhadores encontraram restos humanos. Eles os depositaram à mesma altura que haviam sido encontrados e derramaram cascalho e asfalto sobre eles. Entretanto, esta hipótese foi desmentida quando os restos mortais de Claudio Doroteo foram identificados entre os restos mortais das vítimas jogados no abismo de Otsoportillo em Urbasa.
Finalmente, Concha Diéguez segura em suas mãos os restos mortais de seu pai. Da CNT, compartilhamos a alegria desta grande mulher que alcançou o que ela tanto anseia há anos.
Somos gratos por sua imensa perseverança, pois não só recuperou Claudio Doroteo, como também parte de nossa história, aquela história de homens e mulheres que enveredaram por um caminho marcado por ideais de justiça e pelos quais seguimos seus passos hoje.
>> Vídeo:
Tradução > Liberto
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
serra nevada,
cumes tocam o céu –
nuvem furada
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!