Mesmo que não tenha podido terminar o trajeto diante do CIE, ao ser bloqueado na Avenida de los Poblados, a 200 metros do final do trajeto, a já tradicional manifestação ocorreu com certa normalidade.
Por Pablo ‘Pampa’ Sainz | 31/12/2020
Como todos os anos nestas datas, grupos anarquistas realizaram a marcha que inicia no bairro de Usera, passando por vários bairros do cinturão sul de Madrid e para terminar no Centro de Internação de Estrangeiros(CIE). Nessa ocasião, com o lema: “Que as/os presas/os saiam, que os CIE ardam”.
A ação reivindicativa, que aparentemente não foi comunicada à Delegação do Governo, aconteceu sem grandes tumultos além da identificação de alguns participantes. Os controles foram realizados tanto no momento inicial da ação, quanto nos últimos 200 metros do ponto de chegada na Avenida de los Poblados, onde um cordão com aproximadamente vinte agentes policiais antidistúrbio interceptaram o avanço dos manifestantes impedindo a finalização da ação no local desejado, o CIE. Como consequência, a leitura do comunicado não pode ser ouvida pelas pessoas retidas de trás dos muros do Centro.
Em seu comunicado, os coletivos anarquistas denunciam que “utilizando-se da Lei, instrumento de poder, decidem que existam pessoas consideradas ilegais e que não mereçam viver em um território ou outro, quando foram expulsas ou tenham tido a necessidade de fugir de sua terra natal por consequência de guerras ou conflitos entre países movidos por interesses políticos ou econômicos”.
Uma particularidade percebida por diversos manifestantes foi que, exceto em alguns trechos específicos do trajeto, os manifestantes se encontraram obrigados a percorrer o trajeto pelas calçadas, enquanto as unidades da polícia reduziam o tráfego de automóveis movimentando-se pelas ruas. “Já que vão reduzir o tráfego, que deixem as pessoas caminharem pela rua e não amontoada nas calçadas”, disse um dos moradores do bairro de Aluche que se juntou ao último trecho da manifestação.
“São leis que encarceram e expulsam e matam pessoas. Este ano foi diferente de qualquer outro e por razão da pandemia foi declarado o Estado de alerta, as restrições de mobilidade e o fechamento de fronteiras, e os CIE foram esvaziados e estiveram fechados durante 142 dias. Porém, este governo de esquerda não paralisou as deportações, que foram realizadas mesmo com fronteiras fechadas. Violando desta maneira ainda mais os direitos dos migrantes, dificultando assim a assistência sanitária, as ações de advogados, de tradutores ou as solicitações de proteção internacional”, acusaram os manifestantes.
Ao fim, os manifestantes expressaram seu apoio “às pessoas encarceradas, que lutam dia a dia, às pessoas que realizam greve de fome ou motins para denuncias o que vivem e sofrem” e repudiaram “os Estados e políticos, que independente de suas ideologias, sempre terão leis que degradam, submetem outras pessoas para proteger seus própios interesses”.
Tradução > Manuel Correntes
agência de notícias anarquistas-ana
aquecer as mãos
requentar as noites
esquecer os dias
Goulart Gomes
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!