11-01-2021
Segunda-feira, 4 de janeiro, o Conselho de Estado decidiu que as polícias poderão fichar atividades e opiniões políticas, filiações sindicais e dados de saúde em nome da segurança pública, da segurança do Estado como cobrindo os “interesses fundamentais da Nação” (deixados inteiramente para a apreciação da polícia). Esses textos ampliam o projeto de lei de “segurança global”, cujos dados coletados para vigilância em massa (drones, câmeras, reconhecimento facial, redes sociais) poderão ser centralizados nesses arquivos, o que não acontecia anteriormente.
O pedido de medidas provisórias partiu das organizações sindicais CGT, FO, FSU e associações de defesa dos direitos humanos (GISTI, etc.). E podemos ficar surpresos, desapontados, com alguma forma de satisfação dessas organizações após a renderização. Seria menos pior que o pior…
Nós, anarquistas, não nos surpreendemos com o uso dos registros. Os Estados sempre precisaram de fortes redes de inteligência para se manter, controlar suas populações por meio de registros sistemáticos. Pensar que isso seria específico de regimes totalitários é mentir profundamente para si mesmo. Um estado consiste em arquivos fiscais, policiais, de informação, médicos, etc. O arquivamento está no cerne desta ferramenta de privação de liberdade que é o Estado.
Lembrando que só depois de uma forte mobilização é que o decreto que institui o processo EDVIGE foi retirado em novembro de 2008…
Nós, anarquistas, lutamos por uma sociedade sem estado. Uma sociedade sem fronteiras. Uma sociedade sem fichados. E se lutamos por isso é porque sabemos que no cerne das opressões está o Estado, que é uma das ferramentas, uma das engrenagens mais poderosas para quebrar a individualidade e tentar formatar os humanos, de acordo com as necessidades (dos proprietários, dos empregadores, do “mercado”, etc.). O estado deve ser combatido tanto quanto o sistema capitalista, as religiões, e todas as práticas, pensamentos que hierarquizem e discriminem as pessoas (classes sociais, racismo, sexismo, ódio de lgbti…). Pensar em prescindir de um sem pensar em prescindir dos outros, será apenas um beco sem saída político, quando não uma perpetuação de sociedades hierárquicas sombrias (comunismo de estado autoritário, libertarianismo, teocracias, etc.)
Os partidários do Estado sempre tiveram medo de quem pensa o contrário, de quem ousa imaginar, fazer campanha e se organizar por um mundo sem poder.
Portanto, sim, não nos surpreendemos que o Estado francês mais uma vez se equipar com as ferramentas de controle e pressão contra sua própria população.
Embora não possa haver estado sem esse tipo de ferramenta, uma sociedade sem estado é possível e desejável.
Vamos construir o abandono dos modelos antigos! Pela emancipação de todos!
Relações Externas da Federação Anarquista
agência de notícias anarquistas-ana
Susto na colheita:
em vez do cupuaçu
cai a casa de vespas.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!