Somos as mulheres de baixo, as não reconhecidas, as loucas, as bruxas, as trakas, as revolucionárias, as queimadas, as invisibilizadas, as anticarcerárias, as párias, as ilegais, as anônimas na história do tempo e as que não temos rosto visível mas encaramos com ação todo ato de machismo e submissão. Somos a menina e a anciã, a trabalhadora e a camponesa, a migrante, a ambulante e a apátrida, porque nem a terra, nem meu corpo são propriedades do patriarca; vamos destruindo, em ideia e ação, a autoridade, e tudo o que mata nossos sonhos e vontade.
Desde o sentir e o pensar de não nos conformarmos com as migalhas que o sistema nos dá para nos manter submetidas, desde a raiva sonora de nossos corações, e sim, NOSSOS, porque nem nós nem nossas irmãs somos propriedade nem mercadoria, rugimos em manada a viva voz, acompanhadas das que estiveram antes e as que estão agora, de nossas ancestrais e irmãs de luta contra este sistema capitalista colonial e patriarcal assassino, seguimos sendo e não nos renderemos porque estamos fartas, nos vimos a fundo assim assumimos aprendizados e reflexões desde o cotidiano até o coletivo, assumimos não ter o caminho escrito, aprendendo e reaprendendo dia a dia com cada queda e ânimo, buscando nas ferramentas para destruir o que nos submete durante séculos a nós e a nossa mãe terra, pela liberação total nos pronunciamos.
Não queremos ser submetidas nos mecanismos capitalistas patriarcais, reconhecemos que o Estado é partícipe da roda de consumo, da exploração e morte. Sigamos adiante levantando processos para a total liberação, através da organização horizontal e assembleária. O apoio mútuo e a autogestão. É por isso que deslegitimamos as estruturas repressivas do Estado, que nos violentam em diferentes situações. Lutemos para demonstrar o trabalho produtivo e reprodutivo das mulheres, socializando os meios de produção sem líderes, nem aparatos repressivos.
Somos as anarquistas obreiras que assassinaram por levantar sua voz de protesto, somos elas e somos todas as que nunca voltaram para casa porque, ontem como hoje, seguimos em resistência ante uma sociedade capitalista, assassina e patriarcal. Resistam as que lutam e se rebelam desde dentro até a cotidianidade para ganhar um pouquinho de ansiada liberdade.
Não queremos nem esperamos alianças com o Estado nem postos de poder de um sistema que promove a desigualdade, construamos o caminho para a autonomia e a emancipação contra todos os sinais de submissão. Nem amas nem escravas.
Organizemos a raiva companheires!
Resistência Anarcofeminista contra toda forma de opressão!
Somos as filhas das bruxas que não puderam queimar!
Anarcofeminista Lima
anarcofeministalima@tutanota.com
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
sombras pelo muro:
a borboleta passa
seguindo a anciã…
Rosa Clement
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!