“Kill the bill.” Soa como nome de filme, mas é o slogan de um movimento britânico contra o aumento de poderes da polícia que desembocou em conflito neste final de semana em Bristol. Em português, “kill the bill” significa “mate o projeto de lei”.
Um protesto que reuniu cerca de 3.000 pessoas no centro de Bristol virou tumulto quando cerca de 500 apedrejaram uma delegacia, depredaram e queimaram carros de polícia e atacaram policiais. Ao menos 20 agentes ficaram feridos, 2 dos quais foram hospitalizados. Sete manifestantes foram presos.
“Está na cara que não devemos dar mais poder aos policiais”, afirmam os ativistas que querem derrubar o projeto de lei da polícia, crime, sentença e tribunais.
Apresentada pelo governo de Boris Johnson ao Parlamento na última terça (16/03), a proposta aumenta poderes da polícia para limitar manifestações. Permite, por exemplo, que ela defina a duração de vigílias ou atos que não envolvam passeatas ou interrompam as que fizerem barulho considerado inaceitável.
Os critérios para definir quando manifestações provocam “perturbação grave” seriam estabelecidos pelo próprio Ministério do Interior (responsável por segurança), sem passar pelo Legislativo, o que é visto como concentração excessiva de poder pelos que se opõem ao projeto – mais de 150 entidades assinaram manifestos contra o texto.
Entidades de direitos humanos afirmam porém que o Partido Conservador está se aproveitando da emergência sanitária causada pela pandemia para reduzir liberdades civis no país. Um dos exemplos apontados é que o projeto determina pena máxima de 10 anos de prisão para quem danifique uma estátua, o dobro do previsto para agressões sexuais contra mulheres.
O governo de Boris Johnson afirma que a lei em vigor, de 1986, não tem ferramentas suficientes para evitar danos causados por manifestações que o Ministério do Interior considera abusivas, como as do grupo ambientalista Extinction Rebellion e o movimento antirracismo Black Lives Matter.
As manifestações no Reino Unido acontecem três meses depois que um movimento semelhante ocupou ruas na França, contra a violência policial e proposta de lei de segurança que, segundo os manifestantes, ameaçam as liberdades civis.
Fonte: agências de notícias
agência de notícias anarquistas-ana
Por este caminho,
Ninguém mais passa —
Tarde de outono.
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!