Por Carlos Taibo
No mundo libertário, os sindicatos têm sido frequentemente objeto de duras críticas, que certamente assumiram perfis diferentes, dependendo do momento. Os mais comuns hoje em dia falam da primazia abusiva que tendem a dar aos salários e ao emprego, da sua recusa em tomar nota das mudanças na condição da classe trabalhadora, do seu distanciamento da condição de mulheres precárias ou imigrantes, ou da importância limitada dada em suas fileiras a problemas como os colocados pelo feminismo e pelo ambientalismo. Embora todas estas deficiências, fictícias ou reais, sejam reveladas muito mais claramente no sindicalismo de pacto, seus sinais também não faltam no alternativo e resistente, cuja presença, além do mais, no que diz respeito à construção de espaços autogeridos e desmercantilizados acaba se revelando infelizes.
Tenho dito muitas vezes que o sindicalismo libertário me parece tanto mais interessante quanto mais ele é capaz de romper as fronteiras do mundo sindical entendido no sentido estrito. Seria bom para mim deixar claro, entretanto, que não seria saudável que esta expansão fora dos muros acontecesse à custa de provocar o desaparecimento da luta sindical. O que acontece com isto é semelhante ao que acontece sob a proteção de uma tese frequentemente expressa pelo que veio a ser chamado de pós-anarquismo. Se este último está certo quando se trata de sublinhar que o poder tem muitas expressões que transcendem a instituição do Estado, tal consideração não parece razoável que deva ser desdobrada no esquecimento aberto do fato de que é necessário continuar contestando, é claro, o Estado compreendido em seu significado mais tradicional e repressivo.
Sendo assim, as críticas indesculpáveis ao que significa sindicalismo não podem levar – seria um exercício de frivolidade – à intenção de jogar pela borda o que o mundo libertário e alternativo está contribuindo hoje neste campo. Seria um presente, que não merece, para os patrões e seus interesses num momento em que o endurecimento planetário das condições de trabalho assalariado deve provocar um ressurgimento do sindicalismo de confronto. Isto parece ainda mais verdadeiro nestes tempos, nos quais, mais uma vez, o que está sendo anunciado são grandes ultrajes em benefício dos habituais. Com ou sem um governo de esquerda.
Fonte: https://www.cnt.es/noticias/moverse-con-tiento/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
sono profundo
coberta de neblina
minha cidade
Alice Ruiz
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!