Por Juanjo Basterra
Malatesta Kultur Lubakia, iniciativa da CNT, foi inaugurado neste Primeiro de Maio em Somera, 10, no Casco Viejo de Bilbao. É, como denominam seus promotores, “uma trincheira anarquista”. Galder Antón, membro da iniciativa, afirma que começa uma nova caminhada “de porta para a rua”, em um lugar que combinará hospedaria, atividades culturais e sociais. É, em definitivo, um espaço para “desfrutar, compartilhar, conspirar e sonhar”.
Ocupará o espaço que o Jaunak deixa, e o nome deste local anarquista, Malatesta, o toma em honra ao Batalhão que participou no que foi a Frente Norte na Guerra de 36 contra o fascismo. Segundo os dados da CNT, em 1937, o Governo da República ordenou destruir todas as instalações de Altos Hornos de Bizkaia (AHV) para evitar que caíssem nas mãos do exército de Franco. “O batalhão de Malatesta da CNT, depois de explodir os depósitos de armas da margem direita e todas as pontes, se dirigiu com explosivos à empresa para cumprir a ordem, mas o bando nacionalista defendeu essa instalação com o argumento de que cumprir a ordem da República prejudicaria a recuperação da economia basca”. A economia antes das pessoas, algo que estamos já muito habituados a escutar e ver. Ao final, como todo o mundo sabe, essa empresa começou a ser parte ativa para a indústria militar, como Babcock Wilcox e outras que estavam ativas em Ezkerraldea.
Galder Antón explica que Malatesta Kultur Lubakia “vai ser um espaço cultural e de hospedaria, que vai ordenar as duas atividades. Trata-se de um ponto de encontro libertário. Esse é o objetivo e o desenvolvimento cultural”.
Explica que “a ideia é manter o que era o antigo Jaunak e, também, dispor de material cultural, desde fanzines, livros, etc. e depois ter uma oferta gastronômica, seguindo os passos do Jaunak: petiscos, espetinhos, porções e menus por encomenda”.
A nível cultural, se irá colocando em marcha um variado número de atividades, “desde debates, colóquios, apresentações de livros, documentais. É um projeto que leva muito tempo com a intenção de se incorporar em Casco Viejo de Bilbao, e temos a oportunidade e aqui estamos neste novo desafio”.
“A necessidade de estar de porta para a rua e não em um local interno, como na atualidade da CNT, que provoca que as pessoas não participem tanto”, é o motivo que serviu para abrir este novo espaço no coração da Bilbao, segundo expressa Galder Antón “para divulgar e fazer propaganda a toda a luta e atividade anarcossindicalista”. Querem que seja um lugar de referência para o que são as ideias, a filosofia e outros. Este ‘elkarte’ [associação em basco] nasce um pouco com a essência de um ateneu e a essência de um espaço cultural”. E como admite, “tivemos a oportunidade, e se decidiu prosseguir com o projeto”. Com a pandemia de Covid-19 não é o melhor momento para dar esse passo, reconhece, mas pesou mais a “oportunidade que temos para dispor desse lugar e estamos levando para frente”.
“Começamos em Primeiro de Maio, data referencial para a classe trabalhadora, e a ideia de mantê-lo aberto no terraço de 11h00 às 20h00 e no interior e cozinha em horário planejado pelo LABI e com as restrições planejadas. Mais adiante melhoraremos, sem dúvida”.
Aí se poderá comprar livros, quadrinhos, revistas… tomar uma cerveja e comer uns espetinhos ou um petisco. “Essa é a ideia. Habilitaremos um espaço para, onde todos os coletivos interessados possam deixar material, revistas, onde se possa estar folheando ou, inclusive, um dos projetos é montar uma pequena biblioteca em que as pessoas da CNT nos doou livros e, aí, disponibilizaremos uma zona infantil para que as crias tenham material e possam curtir”, explica Antón.
A princípio, não se demarcam objetivos ambiciosos. “Primeiro queremos arrancar e em nível de programação cultural, nos planejamentos alcançar uma atividade semanal, que irá se incrementar segundo a demanda”. Para fins de maio, esperam realizar algumas conversas coincidindo com as manifestações que os pensionistas têm unificado para 29 de maio contra os planos do governo espanhol.
Tradução > Caninana
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!