[Porto Alegre-RS] Criando um Outono onde o Estado caia junto com as folhas!!!

Aconteceu em Porto Alegre (RS), no Gasômetro, neste domingo, dia 02 de maio, a Feira Anarquista de Outono.

Criando um Outono onde o Estado caia junto com as folhas!!!

Nesse momento de disputa entre os dois bastiões do poder estatal que usam a pandemia como arma política, atravessamos com nossa história e coerência, com o impulso do faça você mesmo.

Nem negacionistas nem pelegos! Não compactuamos com a direita fascista, não estamos “empreendendo”. Reivindicamos a vitalidade do encontro, das trocas cara a cara porque elas mantêm a chama rebelde acesa. Assim também não compactuamos com a esquerda histérica e autoritária que questiona desde a distância inofensiva das telas. Lutamos pelo fim dos dois lados, cientes de que a guerra social em curso se vale de ISOLAR PARA VENCER.

É na autonomia como caminho, na informalidade como estratégia e no rechaço a sermos a massa dos que cobiçam governar, que convidamos à Feira Anarquista de Outono.

Estivemos com propaganda antiautoritária, publicações subversivas, produções independentes, autônomas e informais, com agitações pelos companheirxs presxs no Chile, e por Mumia Abu-Jamal, além de espalhar num panfleto nossa irredutível posição sobre a Liberdade, nestes tempos em que os totalitários pretendem esvaziá-la do seu sentido antagônico a todo poder.

Com a gana permanente de quem vive sempre na crise: ESTADO, CAPITAL, PATRIARCADO, PROGRESSO.  Enquanto eles existirem estaremos em pandemia, de controle, de obediência, de acomodação.

A rua é o espaço daqueles que não tem patrões, é o lugar de encontro e rebeliões. Não abrimos mão dela.

Panfleto repartido na Feira:

Algumas diferenças urgentes sobre a Liberdade.

Ultimamente ouvimos os novos representantes do autoritarismo falarem de liberdade, como se tivessem algo a ver com isso.

Afirmamos que Não é de liberdade que nossos inimigos falam, eles falam é de poder. O poder, sinônimo de autoridade, consiste em fazer algo apesar dos outros, e com a opressão dos outros. E eis o que eles chamam de liberdade, poder comprar e lucrar, poder continuar uma vida criada e baseada no poder, mediante o dinheiro, e o poder que ele dá. Esse poder se complementa perversamente com a ideia de “poder trabalhar”, que na prática significa poder continuar enriquecendo e servindo os outros em troca de esmolas.

A liberdade abraça outros horizontes, ela se refere a não ter donos, não ter amos, não ser mandados por alguém externo a nós e, sobretudo, provém da negação do poder, da posse. Foi por essa condição de liberdade que lutaram os escravos, desde Spartacus até os negros em terras “brasileiras”. É por liberdade que vários povos lutam por território para não ter que vagar nas cidades servindo os herdeiros da colonização. Não é um movimento de poder individual, mas de luta individual e coletiva contra toda dominação.

A liberdade é antagônica e inimiga de todos os tiranos: Não tem nada a ver com o poder econômico porque esse poder se sustenta na opressão e na exploração. Ela não tem nada a ver com o militarismo porque ele se sustenta na obediência, não tem nada a ver com os racistas, xenófobos, ou patriarcas, porque eles menosprezam toda existência não uniformizada sob o branco, civilizado, cristão. A liberdade não significa o poder e sim sua destruição.

A liberdade não é o mesmo que escolher.

Se defendemos a necessidade de tomar decisões próprias sobre a Pandemia, nos importando pouco o que digam os militares no ministério de saúde ou a OMS, é porque escolher entre o tipo de vacina e os tratamentos da biomedicina, resume tudo em duas “opções” da mesma máquina: a indústria farmacêutica, cerceando qualquer possível resposta local, ou qualquer resposta mais integral.

Se defendemos sair de casa e ir para as ruas, não é porque defendemos as empresas, as indústrias ou os trabalhos; os Anárquicos entendemos que essa trilogia constitui o cerne da devastação, da exploração e das iniquidades sociais. Se defendemos ir para as ruas é porque o isolamento “social?”, já existente, está se impondo como um modo de vida “saudável”, está se convertendo em cárcere voluntário para uns e em segregação para outros, um isolamento que nos leva a ajudar às maiores transnacionais do Capitalismo hipertecnológico.

Se defendemos estar nas ruas é porque é o último espaço de possível encontro entre “diferentes”, o único espaço de ninguém e de todxs, o cenário de todo protesto efetivo, a arena de combate contra as forças repressivas; nelas que é possível a destruição da dominação e a subversão ao espaço domiciliar que é hoje desde onde mais colaboramos com o capitalismo e a dominação que ele sustenta.

Pedir mais controle como estratégia de oposição política contra os reacionários que governam, não é o caminho que precisa ser reforçado. Maior controle, vigilância e Estado, ainda disfarçados de paternalismo, seguem sendo uma opressão e um apelo à submissão usando o medo da morte como isca.

A liberdade Jamais será fardada!!!

agência de notícias anarquistas-ana

O jarro quebra –
Ah, o despertar
Do gelo da noite!

Bashô