Vivemos imersos em uma sociedade adulta, no pior sentido da expressão. O mundo pertence aos adultos. Essas pessoas de meia-idade que decidem ser os mestres e amantes do mundo e cujas opiniões e decisões superam as de qualquer outro grupo de pessoas sejam elas idosas, jovens ou crianças, e é precisamente nestas últimas que eu quero me concentrar para desenvolver uma breve reflexão.
As pessoas pequenas são as mais fracas e é precisamente por isso que devemos cuidar delas acima de tudo. Mas temos um problema sério, que é que como adultos somos o elo mais forte da corrente, e acontece que quando nos encontramos em uma situação de poder devemos ser extremamente cautelosos, para não agirmos como meros déspotas ou pequenos reis caprichosos. Portanto, como acreditamos que o mundo é nosso e “quando você é pai, vai comer ovos” ou “quando você crescer vai entender”, abusamos repetidamente dos pequenos descarregando sobre eles nossa raiva, nossa irracionalidade ou nossa frustração. Seja forçando-os a ser o que nós mesmos não somos ou a se comportarem de forma artificial, mais típica de um quartel militar cheio de disciplina e repressão.
Uma prova mais do que evidente do desprezo pelas crianças é a linguagem que nós adultos usamos. Digo isto porque nestes tempos em que o machismo foi descoberto na forma de linguagem não inclusiva, talvez tenha chegado o momento de ampliar “nosso sentido de aranha” para detectar linguagem que exclua outros tipos de grupos oprimidos. “Criancice”, “não seja criança”, “não seja infantil”, “se comporte como uma pessoa adulta” e outros disparates que povoam nossa linguagem viciada e que trazem à tona uma realidade prepotente que, em alguns casos, parece estar escondida.
Lembro-me de quando eu ainda era uma “criança terna” que entrei pela primeira vez nas instalações da CNT em Fraga. Eu tinha apenas quinze anos de idade e tive a sorte de conhecer militantes que na época me pareciam avós, e agora estou por volta da mesma idade que eles. Eram pessoas que haviam vivido a revolução em primeira mão, mas eu não sabia então que havia uma revolução ou o que haviam vivido, mas percebi que eu era tratado de maneira diferente dos outros adultos que eu conhecia. Porque aqueles militantes falavam comigo como um igual e me ouviam em silêncio respeitoso quando eu falava. Tanto que, a princípio, por falta de hábito, eu tinha um pouco de medo de me ouvir falar sem interrupção. Também descobri que fiquei encantado em ouvir seu discurso lento, pensativo e extremamente respeitoso para comigo.
Hoje, em nossa sociedade poucas coisas mudaram em relação às crianças, mas em nosso sindicato, na CNT de Fraga, felizmente, poucas coisas também mudaram, e podemos dizer com orgulho que amamos as “chiquilladas” (criancices) e que nada nos parece mais esperançoso do que a audácia dos pequenos. O frescor com que eles agem e se expressam, sem manhas, sem convenções ou subterfúgios. Simplesmente se mostrando como são, sem ter medo disso. Mostrando a nós adultos qual é o caminho que devemos seguir. O caminho das criancices!
Patricio Barquín, militante da CNT de Fraga
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Guardei para você,
num verso de porcelana,
as flores da manhã.
Eolo Yberê Libera
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...
Tudo bla,bla,bla...porque não se faz um post comentado a degradação durante o bozo. 🤪🤪🤪🤦
Olá, me chamo Vitor Santos e sou tradutor. Posso traduzir do Inglês, Espanhol, Alemão, Italiano e Catalão. Inversamente, somente do…