Já são quase 11 meses desde o começo dos protestos na Bielorrússia, causados pelas fraudes nas eleições. Muites de nosses camaradas foram colocades atrás das grades, muites tiveram de fugir do país, atividades públicas são dificultadas não apenas para anarquistas, mas para todas associações e grupos dissidentes. Abaixo você verá uma pequena atualização na situação com as repressões na Bielorrússia, com foco nas anarquistas e antifascistas. Nós iremos tentar divulgar essas atualizações no fim de cada mês.
Repressão contra anarquistas e antifascistas
Aliaksandr Frantskevich foi acusado de outro crime – incitar ódio ou inimizade. Esse é o quinto artigo do código penal que ele é acusado. As acusações anteriores incluem organizar, participar e treinar pessoas para protestos em massa e participar numa organização criminosa internacional.
Os antifascistas Vladislav Zenevich e Igor Bancer foram transferidos para uma penitenciária de tipo aberto para cumprir sua sentença. Veja seus novos endereços em suas páginas pessoais.
O antifascista Andrei Kasimirov, que é mantido em uma detenção em Moscou aguardando extradição, foi reconhecido como prisioneiro político na Rússia. Sua decisão de extradição está sendo apelada.
O canal do Telegram e o grupo do coletivo de mídia Pramen agora são oficialmente extremistas. Alguns anos atrás seu site www.pramen.io e outras mídias sociais foram bloqueadas na Bielorrússia, mas as pessoas podem acessá-las via VPN ou Tor. Elxs traduziram recentemente uma publicação com uma análise dos protestos em 2020.
Quatro pessoas foram detidas por 10 dias em Grodno e levadas a Minsk sob suspeita de suas participações numa organização criminal internacional anarquista. Elas foram liberadas com restrições para viajar.
Quatro antifascistas de Minsk foram condenades em 2 de Julho. Elxs foram acusades de participar nos protestos e atacar policiais à paisana.
Três delxs relataram que foram submetidxs a violência e tortura para forçar as confissões. Vitaly Shishlov e Denis Boltut foram condenades a 6 anos de prisão, Timur Pipiya– 6 anos e 3 meses, Tamaz Pipiya 5 anos de prisão.
O julgamento do blogueiro anarquista Mikola Dziadok começou em 29 de junho. Ele é acusado de violação grosseira da ordem pública, chamados via internet para mudar o regime e posse de coquetéis molotov (que ele alega que foram plantados durante a revista). Em uma escuta, Mikola deu um depoimento detalhado da tortura e violência que o submeteram durante a sua detenção para obter senhas dos dispositivos criptografados.
Ativistas que se mudaram para a Polônia com medo da repressão relataram que a polícia política local xs visitaram e avisaram que a KGB bielorussa forneceram suas informações pessoais para os direitistas poloneses. Xs visitantes ofereceram “proteção” e perguntaram sobre qualquer atividade de anarquistas e antifascistas na Polônia. Xs ativistas recusaram e deixaram pública essa informação.
Repressão em geral
A nossa lista de manifestantes preses e perseguides aumentou para 900 pessoas. A reação internacional para o sequestro do avião da Ryanair por Lukashenko, para prender um jornalista procurado e sua companheira, foi em forma de sanções e proibição de vôos da Bielorrússia. Até o momento, voar para fora do país é quase impossível. Devido às restrições pelo coronavírus, biolorusses não são permitides a deixar o país por terra (exceto por razões como trabalho, estudo, doença, etc.). Agora, boas conexões de transporte estão abertas apenas com a Rússia.
É relatado o uso de tortura em centros de detenção provisória onde xs preses são mantides administrativamente – as pessoas não recebem lençóis ou colchões, são privadas de sono e envenenadas com cloro que é colocado no chão. Elas não recebem nenhuma comida enviada de fora.
As pessoas que são enviadas para cumprir sua sentença relatam maus tratos e punições. Xs advogades não podem ver seus clientes por semanas, parentes estão preocupades. Quando xs condenades tentam apelar, suas sentenças às vezes se tornam mais duras.
Ao mesmo tempo, depois que as sanções foram impostas, Lukashenko começou a jogar o mesmo jogo de sempre, oferecendo a algumes prisioneires para escrever uma petição de perdão. Raman Pratasevish e Sofia Sapega, as quais a prisão causou estardalhaço, foram transferides para prisão domiciliar, mas os agentes da KGB ficam com elxs em um apartamento alugado.
Foram aprovadas novas alterações no Código Penal que alteraram as regras de contagem de dias de prisão preventiva. Agora, um dia em prisão preventiva conta como 1,5 dia de prisão em penitenciária e 2 dias em prisão de regime aberto.
125 pessoas foram condenadas por acusações políticas apenas em Junho.
O que acontece com os protestos?
Em geral, agora grande parte das pessoas está com medo de ir às ruas protestar, em sua maioria a ação é limitada a ações simbólicas menores nos bairros. Ao mesmo tempo, muito trabalho é dedicado à pressão internacional ao regime, como cancelar eventos esportivos, banir a Bielorrússia da Eurovision, pressionar empresas para não cooperar com o regime. Equipes especiais estão trabalhando em colaboração com trabalhadorxs do serviço público que desejam mudança ou estão tentando unir todes tranalhadorxs e se preparar para uma greve nacional.
A oposição anunciou um Plano de Vitória que envolve pessoas que não apoiam o regime para se registrarem como manifestantes prontes para agir e fornecer os detalhes sobre sua ocupação, etc. A iniciativa espera obter um grupo de pessoas de todas as esferas da vida para, posteriormente, formar grupos de afinidade, com base em locais de trabalho ou habilidades afins.
>> A ABC- Bielorrússia apoia anarquistas e antifascistas que sofrem perseguição. Você pode doar usando transferência nessa página: https://abc-belarus.org/?page_id=8661&lang=en .
Fonte: https://abc-belarus.org/?p=14181&lang=en
Tradução > Serena
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!