A PRODUÇÃO ‘LUCIO: UNA REFLEXIÓN ESCÉNICA’, QUE COMBINA A MÚSICA COM A IMORTAL MENSAGEM DO HISTÓRICO ANARQUISTA NAVARRO, ESTREIA NO TEATRO PAMPLONÊS NO PRÓXIMO 23 DE SETEMBRO.
Por Ana Jiménez Guerra | 02/09/2021
O espírito do histórico anarquista navarro Lucio Urtubia ressurgirá no Teatro Gayarre pela mão de Lucio: uma reflexão cênica. A produção une a música de The New Jazz Collective com a história que o ilustrador Mikel Santos Belatz retrata em sua novela gráfica “El tesoro de Lucio” para aproximar de novo a mensagem de Lucio, em um espetáculo dirigido pela dramaturga Martina Cabanas. O espetáculo vanguardista estreará em 23 de setembro no Teatro Gayarre, onde convidará a “pensar, refletir e tirar novas conclusões sobre épocas passadas”.
Porque como indica seu título, sobre o tablado se desenvolverá uma reflexão em torno da figura do pedreiro e anarquista navarro, como uma homenagem realizada a partir do respeito dos que o conheceram. É o caso de Marco Bellizzi, músico de The New Jazz Collective e que em seu tempo conheceu Lucio casualmente em Paris, quando uma série de músicos buscava um local para ensaiar e ele lhes deixou uma moradia vazia que havia no edifício de sua empresa. Iam para umas semanas e ficaram cinco anos, “desfrutando de Lucio e toda sua família”. Aquela foi uma experiência que o marcou vitalmente e quando Lucio faleceu em julho do ano passado, quis render-lhe homenagem. E o que em princípio seria uma coleção de temas “em torno dos pilares da vida dos que chamavam mais a atenção”, se converteu em “Lucio: una reflexión escénica”, com o apoio de Yerbabuena Producciones.
Na documentação biográfica, foi fundamental a novela gráfica “El tesoro de Lucio”, a HQ que sob o selo da editorial Txalaparta soma já seis edições e que agora chega ao cenário. Seu autor, Mikel Santos Belatz, se mostra agradecido em fazer parte desta nova homenagem e por haver conhecido Lucio: “Com este projeto volto a escutá-lo e me conta ao ouvido todas essas anedotas e histórias. E volta a dizer: temos que fazer”.
Uma reflexão cênica
A história de Lucio, esse pedreiro de Cascante que nos anos 70 pôs em cheque um dos maiores bancos do mundo, o First National City Bank, narrada em torno a uma série de pilares que foram vitais para ele: a importância que dava às raízes, a família, a cultura, a própria ação… As ilustrações da HQ de Belatz tomam uma dimensão audiovisual com projeções, apoiadas pela música ao vivo do grupo The New Jazz Collective e a dramaturgia de Martina Cabanas.
E é o próprio Lucio que, com sua mensagem e pensamentos, guia os participantes, explica Bellizzi, que dá um exemplo: “Temos um vídeo de Lucio cantando e o vemos e escutamos e nós lhe respondemos com nossa linguagem que é o jazz”.
A produção terá sua estréia no próximo 23 de setembro no Teatro Gayarre, em um encontro para o qual ainda restam entradas à venda, com preços que vão de 9 a 18 euros. Será a primeira encenação de um espetáculo que, esperam, tenha certo roteiro: “Este é o começo, mas nosso desejo é que tenha uma longa vida”, assinala Pilar Chozas, de Yerbabuena Producciones.
Porque, resume Belatz, este projeto “é mais uma ação de Lucio”. E explica: “Ele não está e nós somos os herdeiros de suas ações, nos deixou o testemunho para continuar sua luta e, também, senti-lo próximo”. Assim que talvez, não é que Lucio ressurja, mas que nunca se foi.
>> Teaser ‘Lucio, una reflexión escénica’:
https://www.youtube.com/watch?v=Z17WpkZWtzQ
Tradução > Sol de Abril
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Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!