Entrevista com João Henrique Oliveira, autor do livro “Páginas Revolucionárias – Anarquismo, contracultura e imprensa alternativa no Brasil”. Confira abaixo.
Agência de Notícias Anarquistas > Vamos começar com você se apresentando, como chegou ao anarquismo… Vale?
João Henrique Oliveira < Sou natural do estado do Rio de Janeiro, nascido numa cidade periférica da Baixada Fluminense. Minha infância e adolescência se desenrolam entre a segunda metade dos anos 1980 e a primeira dos 90. Como muitos moleques da minha geração, fui influenciado pela indústria cultural do rock daquela época, ouvindo muita música e lendo publicações sobre o tema. Nesse processo, fui buscando coisas além dos hits que tocavam nas rádios e, obviamente, acabei conhecendo algumas bandas e correntes do punk, sua cultura, seus valores (ainda assim havia muita coisa que eu desconhecia naquele momento, como a especificidade do movimento anarcopunk, por exemplo). Portanto, a questão social, política, surge para mim pela via da cultura, pelas letras de algumas músicas e textos de fanzines. (Mas fazendo aquela ressalva óbvia: eu vivia num tempo sem internet, numa cidade periférica, com muito mais dificuldade de acesso à informação do que hoje).
Então, a primeira percepção que tive de anarquismo veio daí, muito por conta da divulgação feita pelo punk, mas também através das apropriações e distorções que são disseminadas pela indústria cultural. Enfim, foi um primeiro contato superficial e não aprofundado, ainda restrito à ideia de anarquismo e de anarquia como algo ligado apenas à rebeldia, à destruição do sistema, etc. Até aí nada original, pois acho que muita gente conhece o anarquismo dessa forma e não vai muito além. Eu não sabia, naquele momento, que o anarquismo era algo muito mais amplo.
A coisa vai começar a mudar por volta de 2003-2004, quando eu inicio a graduação em História na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Lá conheci um companheiro de curso que me convidou para as reuniões do recém-criado Grupo de Estudos do Anarquismo (GEA). A partir dali eu fui entender a riqueza da tradição anarquista por meio dos debates e das discussões de textos, além das aulas ministradas na universidade pelo professor Carlos Addor – autor de pesquisa pioneira sobre a Insurreição Anarquista no Rio de Janeiro em 1918. Em seguida, começo a frequentar os espaços militantes da cidade do Rio, como a Biblioteca Social Fábio Luz (BSFL), que funcionava no Centro de Cultura Social (CCS), em Vila Isabel. Na mesma época, me aproximo da Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ), onde vou militar por um tempo, tendo a oportunidade de ampliar muito a minha compreensão do anarquismo organizado, percebendo como ele pode se tornar vivo na prática, na construção junto aos movimentos sociais. Enfim… acho que nesse momento cheguei a uma compreensão histórica do anarquismo, rompendo a barreira de preconceitos e estereótipos prévios, entendendo-o como uma proposta revolucionária de organização da sociedade em novas bases.
ANA > Você lembra qual a primeira obra anarquista que leu?
JHO < Olha… provavelmente comecei com uma coisa mais solta, tipo uma fotocópia de algum texto clássico, não lembro se do Kropotkin ou do Bakunin… coisas que costumávamos discutir nas reuniões do GEA. Lembro bem que a pasta do grupo tinha um número bem irônico, anticlerical e provocativo: 666! (risos). Até hoje tenho as pilhas de folhas fotocopiadas dessa época. São referências que ainda consulto sempre que preciso.
Mas acho que a primeira obra que adquiri mesmo, e li na íntegra, foi um livrinho que serviu de introdução para muita gente: o História das ideias e movimentos anarquistas, do George Woodcock, publicado pela editora L&PM. Embora passível de críticas em alguns pontos, ainda acho uma boa síntese para dar um pontapé inicial nos estudos sobre o anarquismo.
ANA > E o primeiro protesto, a primeira luta que se envolveu?
JHO < As primeiras lutas foram no âmbito do movimento estudantil, final dos anos 90, naquela conjuntura de entreguismo e privatização desenfreada do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). Havia no ar a constante ameaça de privatização das universidades públicas, e lutar contra isso era uma bandeira bem presente na minha época de estudante.
Já o primeiro protesto foi bem marcante para mim, pois eu nunca havia participado de nada parecido antes, por não ter crescido num grande centro urbano. O ano era 1998 e o contexto era a privatização do setor de telecomunicações, da Telebrás. Houve manifestações nos arredores da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, centro da cidade, na Praça XV, onde se desenrolaram os leilões. Estudava na UFF e morava em Niterói. Então, atravessei a Baía de Guanabara com os compas do movimento estudantil e fui protestar contra mais aquela entrega promovida pelo governo neoliberal do FHC. Tudo muito novo e emocionante para um moleque como eu, pela primeira vez vivenciando aquela atmosfera de força coletiva, movimentos sociais, sindicatos, coros de protesto… E, claro, começava ali a sentir ainda mais revolta e indignação diante da repressão promovida pelas forças policiais do Estado, sempre atuando contra o povo para defender os privilégios da burguesia e seu sacrossanto direito à propriedade privada. A “rage against the machine” entrava de vez na minha veia! (risos)
ANA > E o que o despertou a escrever “Páginas Revolucionárias – Anarquismo, contracultura e imprensa alternativa no Brasil”? Como nasceu essa ideia? Como foi o processo de escrita, de pesquisa histórica?
JHO < Esses três eixos do livro – anarquismo, contracultura e imprensa alternativa – extrapolam um pouco o interesse meramente acadêmico e científico, e se confundem com minha trajetória pessoal e minha formação política. Acho que a contracultura surgiu primeiro na minha vida, ainda na adolescência, com o gosto pelo rock’n’roll e pela cultura psicodélica; e também a partir da literatura dos beatniks, dos quadrinhos do Crumb… Quer dizer, eu já tinha uma compreensão básica do movimento da contracultura e me identificava politicamente com os valores antiautoritários, de esquerda.
Eu também gostava muito de ler publicações independentes, fanzines dos anos 90, quadrinhos… Aí fui fazer graduação em Jornalismo, em 1998, e comecei a me interessar em pesquisar a imprensa alternativa e a história dos jornais independentes que resistiram durante a ditadura. No final do curso, fiz uma monografia que unia, de certa forma, os temas da contracultura e da imprensa alternativa: investiguei a história da versão brasileira do jornal Rolling Stone, editado no Rio de Janeiro pelo Luiz Carlos Maciel, entre 1972 e 1973.
Bom… o terceiro eixo – o anarquismo – vai aparecer mais fortemente, como já disse, quando começo a frequentar as reuniões do GEA. Daí que, lendo aquele livro do Woodcock que citei antes, vi que ele falava da renovação das ideias e práticas anarquistas depois da Segunda Guerra Mundial, especialmente na Europa e nos EUA dos anos 60, naquele caldeirão heterogêneo que também trazia a contracultura como ingrediente. Então, me coloquei uma questão: “Será que aconteceu algo parecido aqui no Brasil?”. Tinha curiosidade de saber se o anarquismo também foi ressignificado por essas bandas, em plena ditadura, e se houve algum diálogo com as ideias da contracultura. Para entender isso concretamente, busquei identificar pistas em alguns jornais da imprensa alternativa.
Então, a ideia para a pesquisa nasceu dessa interconexão de interesses, que me serviram de base para investigar uma questão ainda pouco explorada pela historiografia. Assim, resolvi montar um projeto e entrar na seleção do mestrado em História da UFF, sendo aprovado em 2005. A base do ‘Páginas Revolucionárias’ é justamente esse trabalho anterior – revisto e atualizado.
Nesse sentido, o processo de escrita do livro tem um desenrolar um tanto longo – e que também foi fruto de minha procrastinação em publicá-lo! (risos). A estrutura da obra seguiu basicamente os três eixos citados, com o primeiro capítulo dedicado à imprensa alternativa, o segundo à contracultura e o terceiro ao anarquismo (obviamente que os três temas se entrelaçam ao longo de todo o texto). Como passou muito tempo em relação à pesquisa original, escrevi novas introdução e conclusão, trazendo ainda uma breve atualização sobre o que foi produzido sobre o tema depois de 2007, ano em que defendi a dissertação. Além disso, o eixo do anarquismo foi bem “engordado” com a inclusão de um trecho de pesquisa mais recente, concluída em 2017, no qual trato das formas e estratégias de propaganda do anarquismo entre o início da Primeira República e o começo da ditadura em 64.
A pesquisa histórica teve como fontes primárias seis periódicos, além de depoimentos de personagens da época. Três dos periódicos são ligados ao ideário da contracultura: coluna ‘Underground’ de “O Pasquim” (1969-72), “Tribo” (1972) e “Soma” (c.1974). Já os outros três se assumiam explicitamente como anarquistas: “O Inimigo do Rei” (1977-88), “Barbárie” (1979-82) e “Utopia” (1988-92). A partir da análise dos textos e das memórias, busquei identificar que relações e tensões foram estabelecidas entre o anarquismo e a contracultura; como se deu o contato entre gerações diferentes de militantes; como a tradição anarquista foi sendo ressignificada nesse período pós golpe civil-militar; entre outras questões.
ANA > Você poderia falar um pouco sobre “O Inimigo do Rei”? O que você destacaria nele? Além das abordagens, o jornal tinha uma apresentação visual muito boa, não? As fotos eram bem ousadas… (risos)
JHO < Embora eu tenha trabalhado com seis publicações, posso dizer que “O Inimigo do Rei” foi a fonte mais importante em minha pesquisa. Tanto que eu fiz questão de colocar uma capa do jornal na capa do livro – uma escolha que representa, simultaneamente, uma homenagem e um reconhecimento da relevância do “Inimigo” para meu trabalho.
Eu poderia destacar muita coisa do jornal, porque foi uma experiência muito rica e original da imprensa anarquista. Mas, para não me alongar demais, vou escolher dois pontos que julgo relevantes: seu papel como organizador e animador do anarquismo no Brasil pós-golpe de 64; e a sua originalidade no campo da imprensa alternativa de resistência à ditadura.
“O Inimigo do Rei” foi uma publicação que surgiu num espaço local – o movimento estudantil da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – mas logo conseguiu articular uma rede autogestionária que extrapolou os limites de Salvador. Uma rede que tinha colaboração tanto de jovens quanto de importantes anarquistas de uma geração anterior – como Ideal Peres, Edgar Rodrigues e Roberto das Neves, entre outros. Também foi marcante a articulação com movimentos sociais autônomos, como o movimento negro, o sindicalismo não atrelado ao Estado (o jornal promove um debate sobre uma nova leitura do anarcossindicalismo no país), as minorias (gays, lésbicas), o movimento ecológico e antinuclear, etc. Enfim… creio que foi muito marcante essa dimensão do “Inimigo” como catalisador de grupos libertários dos anos 70 e 80, tornando-se um verdadeiro marco na história do anarquismo e das esquerdas no Brasil.
Daí que merece destaque o segundo ponto que citei: sua originalidade no cenário dos jornais alternativos da época. Enquanto as esquerdas de inspiração marxista-leninista se rearticulavam para formar novos partidos ou ressuscitar velhas siglas, o “Inimigo” fazia uma crítica pertinente, ácida e muitas vezes debochada aos limites da democracia burguesa e à falácia do processo de “abertura” e de “anistia” promovido pelas elites. E sentava a lenha nos marxistas que defendiam a entrada nesse jogo! (risos) Nesse sentido, o jornal nadava contra a corrente dos alternativos que acabaram passando para a história como exemplos de resistência (como “Opinião”, “Movimento”, entre outros). Não que estes não tivessem desempenhado papel relevante. Mas o que me chamou a atenção foi que a experiência do “Inimigo” foi ignorada ou mal interpretada pela historiografia da imprensa alternativa. Isso vai mudar com o trabalho pioneiro do Waldir Paganotto, que em 1997 fez uma dissertação sobre o jornal [Imprensa alternativa e anarquismo: “O Inimigo do Rei”(1977-1988)]. Muito importante também foi a pesquisa do Carlos Baqueiro, que foi integrante do jornal e em 2007 fez um documentário que me ajudou pra caramba em meu trabalho [O Inimigo do Rei: Imprimindo Utopias Anarquistas]. Há ainda outros trabalhos – monografias, artigos… – que ajudaram e vêm ajudando a contar essa história. Tentei contribuir um pouquinho com o meu livro também.
Por fim, comentando essa questão do visual… Você observou bem. Além da linguagem verbal – irônica, ácida, desbocada e bem-humorada – o jornal trabalhava muito bem sua estética, sua diagramação, especialmente depois do número 4, de 1979, quando passa a adotar um novo projeto gráfico. Há edições com capas emblemáticas, como a número 9, do início de 1980, que traz uma chamada provocativa: “Prática sexual ampla, geral e irrestrita” (num jogo de palavras criativo, remetendo ao slogan da anistia). E a foto por trás, bem ousada para os padrões conservadores, trazia dois corpos nus se abraçando. Outra capa que gosto muito é a da edição 13, que traz a manchete: “Você pode fumar baseado (desde que não seja do PDS ou trotskista)”. Ao fundo, a imagem de uma pessoa fumando um baita cigarrão de maconha! (risos). Olha… tem muita coisa boa. Recomendo que os leitores deem uma olhada na coleção virtual do “Inimigo” que está disponível na seção “Canto Libertário” da Biblioteca Digital da Unesp: https://bibdig.biblioteca.unesp.br/handle/10/8051
ANA > Não podemos esquecer que “O Inimigo” também era vendido em bancas, não? Fico imaginando o rebuliço que as capas do jornal causavam… (risos) Sabe dizer se houve algum tipo de censura ao jornal? Alguma tentativa de cerceá-lo…
JHO < Verdade! Infelizmente não explorei a fundo esse detalhe da recepção do público, mas acho que seria muito interessante investigar isso. Talvez colhendo os depoimentos de alguns leitores da época, e também de jornaleiros que vendiam o jornal, ver como era a reação das pessoas nas bancas, o que comentavam sobre as capas, etc. Acho que pode ser uma questão em aberto para fazer uma pesquisa de história oral, por exemplo.
Em relação à censura, é bom lembrar que o contexto em que o “Inimigo” começou a ser publicado já era o da “abertura”. Com todos os limites, foi um período relativamente menos pesado do que aquele que vai de 1968 (com a decretação do AI-5) até a primeira metade dos anos 70. A censura teve ampla atuação entre 68 e 75, com radicalização de 72 a 75. Já entre 75 e 78 começou uma distensão, com uma ação mais seletiva. Mas, como disse, essa abertura foi relativa. Então, se o AI-5 foi revogado em 1978, permaneceu a infame Lei de Segurança Nacional, que definia crimes de imprensa e atribuía ao ministro da Justiça a competência para apreender e suspender impressos. Sem falar na atuação dos sociopatas da extrema-direita, né?, com atentados a bancas de jornal que vendiam alternativos. Em março de 81, por exemplo, um grupo invadiu a “Tribuna da Imprensa”, do Rio de Janeiro, ameaçando funcionários e danificando o parque gráfico.
No caso do “Inimigo”, temos relatos de integrantes que falam de um clima de tensão e repressão. Por exemplo, o jornalista Toni Pacheco, em entrevista ao Carlos Baqueiro, falou de locais em que se proibia vender o jornal, além de ter relatado um episódio em que tiveram de correr da polícia em Feira de Santana/BA. E o próprio Baqueiro me contou que teve gente da polícia federal infiltrada nas reuniões do coletivo, certamente para acumular informações para o sistema de repressão… (A propósito, em artigo de 2020, o pesquisador João Correia de Andrade Neto cita um dossiê do Serviço Nacional de Informações que listou “O Inimigo do Rei” como órgão “subversivo”. Para quem tiver interesse, o link do artigo é este aqui: https://doi.org/10.47195/20.655).
E tem uma outra questão que o Toni Pacheco citou: a “censura econômica”. Ou seja: mesmo que não se censurasse mais ostensivamente, como nos tempos da censura prévia, o regime habilmente fez com que o papel e a impressão se tornassem coisas muito caras, impossibilitando a sobrevivência da mídia alternativa. Em última instância, isso foi uma das causas para o fim de muitos jornais nos anos 80, incluindo o “Inimigo”, que tinha muitas dificuldades de levantar grana para imprimir os exemplares.
ANA > Acredita que “O Inimigo do Rei” deixou um legado? Tantos anos após sua publicação, ainda hoje vejo as pessoas lendo e falando dele… (risos) Podemos dizer que é um dos jornais mais importantes da história anarquista brasileira?
JHO < Sem dúvida! É um dos jornais mais importantes do anarquismo brasileiro, de todos os tempos. Para mim pode colocar ao lado dos clássicos da Primeira República. Claro que é outro contexto, um momento em que o anarquismo não era mais hegemônico nos movimentos de trabalhadores. Mas foi um marco em seu tempo e espaço, um elo de gerações que animou uma rede de contatos e de troca de ideias.
Penso que o periódico influenciou muito a organização e/ou a articulação de grupos já existentes, que se engajaram no seu processo de edição e distribuição autogestionária. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, vai influenciar o grupo que girava em torno do Círculo de Estudos Libertários (CEL), que contava com a presença do veterano Ideal Peres. Anos mais tarde, em 1991, o CEL vai lançar um informativo, o “Libera… amore mio”, que, na minha interpretação, trouxe um pouco da influência da linguagem do “Inimigo” em seus primeiros números, com uso do humor, da ironia ácida…
Acho que quem conheceu “O Inimigo do Rei” no passado – como leitor e/ou colaborador – reconhece a relevância e continua falando dele hoje, até como uma forma de manter vivo um exemplo importante para animar novas experiências no campo da propaganda anarquista. E as pessoas que só viram o jornal depois de seu término (como foi o meu caso), fatalmente se encantam pela pujante comunicação libertária que o “Inimigo” promoveu, sua criatividade, sua linguagem debochada… Enfim, seu jornalismo absolutamente inovador e revolucionário.
ANA > E como as pessoas fazem para adquirir o livro?
JHO < Podem encomendar diretamente comigo pelo e-mail jhcastro2015@gmail.com
ANA > Pretende escrever novos livros, ou parou por aí? (risos)
JHO < Sim, gostaria de escrever mais. Acho muito bom ampliar o alcance (por menor que seja a tiragem), colocar as reflexões para debate do público e, quem sabe, inspirar novas pesquisas, novas interpretações. Eu tenho um trabalho que gostaria de publicar, sobre o jornal “Libera”, do Rio de Janeiro. Vamos ver se concretizo isso mais pra frente… Por enquanto, tô curtindo o “primeiro filho”. (risos)
ANA > Algo mais para finalizar? Valeu!
JHO < Ah… Aproveito para registrar meu agradecimento à Rizoma Editorial, pelo belo trabalho de edição, e ao caro amigo Carlos Addor, que escreveu o prefácio e foi um grande incentivador para que eu publicasse o livro. Também agradeço muito a oportunidade que a ANA ofereceu para eu falar um pouquinho da obra. É uma honra estar aqui neste espaço, pois admiro muito o trabalho da Agência, que vem contribuindo há tempos para manter acesa a chama da propaganda anarquista no Brasil. Uma chama que vem lá da imprensa anarquista e operária da Primeira República, atravessando as ditaduras (entulhos!) pelo caminho, renovando-se com o “Inimigo”, “Barbárie”, “Utopia”, “Libera”… e tantos outros. Enfim… não dá para conceber a história do anarquismo sem a história da comunicação realizada pelos anarquistas. Penso que são dimensões indissociáveis.
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