Relatório de ação contra brutalidade policial em 4 de dezembro, seguindo o assassinato de Richard Lee Richards pela polícia na assim-chamada Tucson, Arizona.
Na segunda-feira, 29 de novembro, Richard Lee Richards foi acusado de furtar uma caixa de ferramentas de um Walmart. Richards, que estava em uma cadeira de rodas motorizada, foi também acusado de ostentar uma faca. Quando o oficial da polícia de Tucson Ryan Remington o abordou, estava em frente a uma loja Lowe’s. Remington atirou em Richards 9 vezes nas costas, causando sua morte; não somente estava de costas para o policial assassino no momento, mas também não ameaçava ninguém. A prefeita de Tucson Regina Romero e o chefe da polícia Chris Magnus condenaram o assassinato do senhor Richards e o policial assassino foi demitido em poucos dias. Independentemente, antiautoritários, abolicionistas da polícia e outros que se opõem à violência policial não foram enganados por essas condenações e a terminação abrupta. Esse foi mais um incidente da polícia valorizando mais a propriedade do que a vida humana, assim como capacitismo violento na terra roubada que o DPT ocupa. Como de praxe, a mídia tradicional (KVOA-Tucson) escreveu um artigo expondo os antecedentes criminais da vítima ao invés de focar no problema real – violência policial assassina para proteger o capitalismo e as empresas multibilionárias.
Pouco depois, a Tucson Iron Brigade organizou uma ação em solidariedade a Richard Lee Richards no sábado às 6 da tarde, no Jacome Plaza. Cerca de um dia depois, panfletos de outra ação foram circulados para o mesmo dia e horário, mas na Quarta Avenida e na Broadway, a alguns quarteirões. Houve uma pequena brecha em que um grupo anarquista local reclamou essencialmente que a Tucson Iron Brigade não deixou claro em seu panfleto que seria uma ação direta e que essa informação deveria ser compartilhada com antecedência para manter as pessoas mais seguras e ajudá-las a tomar suas próprias decisões em ir à manifestação. Além disso, um panfleto circulou convidando as pessoas na região de Phoenix a ir à manifestação com uma caravana.
Cerca de 20 ou mais pessoas se reuniram na Jacome Plaza e, durante esse tempo, um homem estava resmungando enquanto gravado em vídeo. Quando perguntaram se era policial, não dava uma resposta clara e mais tarde afirmou que sim. Foi embora um pouco depois. […] Ouviu-se então que a aglomeração na Quarta Avenida & Broadway era mais liberal, incluía palestrantes e uma vigília, e pretendia permanecer no local ao invés de marchar.
A marcha da Jacome Plaza se dirigiu ao outro grupo na Quarta Avenida com a Broadway e as pessoas começaram a entoar contra a polícia de Tucson em solidariedade a Richard Lee Richards. Depois de se reunir no Ronstadt Transit Center por cerca de 10 minutos, o outro grupo muito maior começou a marchar na rua em direção oeste. Quando a parte da frente do grupo maior chegou à intersecção da Sexta Avenida com o Congresso, um veículo parou em frente ao centro de trânsito com um homem furioso dentro. Uma embalagem de isopor com um jantar estava no capô de seu carro com arroz por todos os lados. Ele saiu do carro em fúria, como se estivesse prestes a começar um confronto, mas, após olhar para os lados e ver vários manifestantes armados, mudou repentinamente de comportamento, jogou a comida no lixo e foi embora. Ambos os grupos se juntaram com todos na rua em direção ao oeste. Nesse ponto, a multidão tinha definitivamente mais de 100 pessoas e possivelmente mais de 200 em vários pontos da marcha.
Alguns incidentes de motoristas agressivos começaram com um homem em uma intersecção, em um veículo, gritando às pessoas que saíssem de seu caminho. Pouco depois, ciclistas alcançaram a parte de trás do grupo e começaram altercações, incluindo ameaças de atropelar as pessoas. Alguns pequenos confrontos físicos ocorreram. Em ambos incidentes, a presença de manifestantes armados ajudou a prevenir violência de ataques de veículos. Cerca de 7 pessoas estavam abertamente carregando armas longas como parte de um esforço de defesa da comunidade.
A ação continuou pelo centro da cidade sem problemas significativos dos fascistas. O Food Not Bombs distribuiu burritos veganos. […]
Enquanto as pessoas marchavam por barricadas de construções, várias pessoas foram derrubadas enquanto os agressores gritavam “Fuck 12!” Alguma redecoração também ocorreu em vários locais, incluindo um grande “ACAB” pintado em uma parede, assim como o símbolo do anarquismo pintado em uma caixa de energia. Adesivos com “Fuck 12!” também foram colados em vários locais. Enquanto fascistas estavam em minoria e distantes, à medida que a marcha prosseguia com conflitos mínimos após os ciclistas, a polícia da paz liberal tentou controlar a situação. Muitas atitudes dessa polícia da paz impositiva e indesejada foram centradas em confrontar os indivíduos armados e repreendê-los essencialmente para tentar desgarrar a militância e empurrar o reformismo. Essa polícia do movimento foi largamente ignorada, mas repetidamente se reinseriu. Um deles empurrou um dos manifestantes armados. Depois de alguns confrontos aqui e ali, desistiram e desapareceram. A maior parte da multidão, seja mais liberal ou mais radical, ficou com o grupo como um todo na maior parte do tempo e deu espaço à diversidade de táticas.
No final da ação, foi chamada a atenção para o fato de que, naquele mesmo dia, uma outra pessoa havia morrido na Pima County Jail. Houve indignação recente pelo fato de que 9 pessoas este ano morreram na Pima County Jail, e sob circunstâncias questionáveis ou suspeitas. Isso agora traz à perda trágica de 10 pessoas.
Talvez o mais perceptível na ação tenha sido o fato de que não havia presença policial visível a noite inteira, nem sua intervenção em qualquer momento. É provável que, como em qualquer ação, houvesse policiais infiltrados, bem como informantes na multidão. Dito isso, não ocorreram prisões. A marcha durou cerca de uma hora antes das pessoas irem embora em segurança. Como sempre, fuck 12. “Parem de acreditar em autoridades e comecem a acreditar uns nos outros.”
Tradução > Sky
agência de notícias anarquistas-ana
Parece gostosa
a neve que chega em flocos
tão suavemente.
Issa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!