7 de dezembro de 2021
Há alguns dias, o ex-prisioneiro antifascista de Belarus Dmitriy Zvanko, com uma multidão, atacou a ocupação anarquista Sirena no centro de Varsóvia. A gangue usou garrafas, spray de pimenta, tijolos e outras coisas para jogar os residentes para fora do edifício ocupado.
Razões?
Zvanko foi preso em 2013 e passou 3 anos na prisão bielorrussa por uma briga com vândalos de extrema direita. Após sua soltura, mudou-se para a Polônia e logo permitiram que morasse na ocupação Sirena. O ex-prisioneiro antifascista foi bem-vindo por muito tempo no local, apesar de seu comportamento horrível direcionado a ocupantes anarquistas. Muitos ativistas se mudaram por seu comportamento e conflitos constantes, mas este ano a situação escalou quando Dmitriy tentou dominar parte do espaço comum da ocupação para suas necessidades particulares. A primeira onda acabou com Zvanko chamando seus amigos dos restos da cena antifa bielorrussa de Varsóvia, que recuaram após algumas pequenas brigas.
O coletivo da ocupação por vários meses tentou encontrar uma solução para o conflito, organizando múltiplas reuniões para falar sobre os problemas. Essas reuniões eram normalmente ignoradas por Dmitriy e seus amigos.
Sem um grupo de sucesso por trás, Sirena decidiu pedir ao antifa bielorrusso que fosse embora dentro de uma semana. Ele riu em resposta e continuou a morar na casa como se nada tivesse acontecido. 14 dias depois, o coletivo o chutou para fora da casa.
Ao invés de aceitar a decisão do coletivo e realmente encontrar um lugar no qual não estivesse em conflito permanente com seus vizinhos, Zvanko mais uma vez foi a seus amigos. Reuniram uma multidão de 30-40 pessoas que atacaram Sirena à noite. Depois de alguma resistência, anarquistas tiveram que deixar a ocupação que foi capturada por antifascistas autoproclamados.
O que acontece agora?
No momento, o lugar ainda está capturado pela multidão. O coletivo da Sirena publicou uma declaração na qual condenam ataques e chamam por solidariedade. Muitos coletivos de Varsóvia, bem como alguns anarquistas organizados de Belarus morando na capital polonesa, também publicaram suas declarações.
A gangue antifa lançou seu próprio texto em que absurdamente tenta usar o status de Zvanko como um refugiado político que enfrenta racismo de ocupantes anarquistas. Ao mesmo tempo, há muita manipulação acontecendo, incluindo tentativas de fazer Dmitriy um líder dos anarquistas e antifascistas bielorrussos locais organizados.
Enquanto as pessoas tentam abusar do status de migrante político em suas tentativas de exercer violência contra ativistas antiautoritários, é importante mencionar que Zvanko atualmente não encara qualquer processo em Belarus, nem estava envolvido em qualquer coletivo bielorrusso anarquista ou antifascista desde sua migração a Varsóvia. Ele não é um líder da diáspora bielorrussa em Varsóvia; na realidade, não participou em quaisquer tentativas anarquistas ou antifascistas de trabalhar na diáspora bielorrussa.
Já dei muitas apresentações sobre repressão em Belarus em 2014-2015, durante as quais mencionava Zvanko e chamava por solidariedade com ele. Mas agora não pode haver solidariedade com uma pessoa assim. Nesta situação, seu passado não importa. Essa ação traz perigo não só para as pessoas morando na Sirena, mas para o movimento inteiro que é atacado de um lado pela extrema direita violenta da Polônia, mas de outro lado por alguns “gopniks” de Belarus, que não ligam para justiça social ou equidade e estão ali explorando movimentos políticos em seus próprios objetivos.
A situação na Sirena não é um caso único de violência dentro do movimento antifascista. De fato, é parte de um longo fio de eventos. Pessoas como Zvanko continuam a usar nossos princípios de não cooperar com a polícia – eles sabem perfeitamente que, em caso de conflito, não chamaremos por assistência do Estado.
Com essa perspectiva, expusemo-nos à violência em várias direções. Como anarquistas, está se tornando repetidamente claro que a defesa de nossas comunidades é uma obrigação que fica nos ombros de cada membro da comunidade. A questão da violência é difícil e desconfortável para muitos, mas não há maneira de escapar dela. Temos que ser capazes de nos defender em caso de situações como o que ocorreu com Zvanko, e não apenas nos defender, mas preveni-las de acontecer ao manifestarmos nossa força comum contra essas pessoas no movimento. Não há posições neutras em tais situações.
Gostaria de declarar solidariedade às pessoas da Sirena, que enfrentaram esse comportamento abusivo levando em conta todos os riscos e ameaças. A luta continua!
Tradução > Sky
agência de notícias anarquistas-ana
Cai da folha
a gota d’água. Lá longe,
o oceano aguarda.
Yeda Prates Bernis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!