No próximo domingo 1º de Maio acontecerá uma manifestação libertária organizada pela CNT, CGT e a Biblioteca La Maldita. Publicamos em seguida o texto que está sendo divulgado pelos convocadores da iniciativa e com o qual se chama à mobilização social.
Por um 1º de Maio que nos leve à Greve Geral, uma Greve Geral indefinida de trabalhadores e trabalhadoras que freie o sistema capitalista. Uma Greve contra as guerras, os estados e seus exércitos, as pátrias, os nacionalismos, o militarismo… Uma Greve contra a carestia da vida, uma Greve contra a morte.
Uma Greve Geral indefinida para nos encontrarmos, pensarmos, reconhecer-nos e lutar. Uma Greve para devolver os golpes desferidos e avançar para a emancipação social. Uma Greve pela vida.
É urgente recuperar a dignidade nos trabalhos.
Basta de exploração! Gritavam em 1887 na revolta do Haymarket. Os mártires de Chicago pagaram o preço mais alto, vários morreram para conseguir a jornada de 8 horas. É obsceno considerar o 1º de Maio como um dia de festa, o 1º de Maio é um dia de luta, de orgulho e de recordação.
Basta de exploração! Gritamos hoje em 2022. Desde então, só a decoração mudou e pouco, o fundo segue sendo o mesmo; o poder e o capital se mantêm em uns poucos. Os acidentes de trabalho subiram em 2021 13,2% e as pessoas falecidas por terrorismo patronal foram 705. A cifra de invalidez, amputações e sequelas é muito maior, somada às enfermidades laborais, a sangria para a classe trabalhadora não parou. Demissões, ERTES, ERES, o IPC… os despejos, as pensões, a saúde, o encarecimento dos produtos de primeira necessidade… e a roda segue girando, o capitalismo vai nos tragando com uma voracidade imensa.
Por cada passo que retrocedemos, os poderosos avançam dez. Os meios de produção seguem nas mesmas mãos, e as organizações obreiras e coletivos sociais devemos redobrar os esforços para potencializar e fortalecer a consciência de classe, garantia esta de uma possível e desejada mudança social que freie essa tendência.
O sistema usou a pandemia para aumentar o controle social, cortar em direitos e liberdades, fechar as fronteiras e justificar os ajustes econômicos com a desculpa de um mal maior. O quarto poder, os meios de comunicação, nos bombardeiam diariamente com mensagens manipuladoras, totalitárias, racistas, classistas e competitivas. Condicionando-nos, doutrinando-nos para assim anular o livre pensamento e o senso crítico.
O ressurgir do fascismo e os totalitarismos põem em risco nossa própria sobrevivência. É o momento de sair às ruas, de organizar-se, de redobrar esforços para manter viva a ideia. É o momento de calar o fascismo antes que se faça mais forte. A democracia oprime o livre pensamento, encarcera e reprime a quem luta por um mundo justo. Quando não, deixa passagem ao fascismo e os totalitarismos em épocas de crise.
Não vamos nos deixar enganar com falsas promessas eleitorais, a via parlamentar e a participação nas instituições são caminhos mortos, à vista de todos ficou demonstrado. Acaso revogaram as reformas laborais de 2010 e 2012? Revogaram a lei mordaça? Queimadores de ilusões, fogueiras da honestidade, geram um descontentamento profundo que deslegitima as ideias e práticas de mudança e emancipação que perseguimos.
Do poderoso não vai chegar a solução que sirva ao oprimido, a solução passa pela auto-organização dos trabalhadores e trabalhadoras, passa pela revolução social dos oprimidos contra os opressores.
Passa por arrebatar e coletivizar os meios de produção dos poderosos e organizar a sociedade de maneira horizontal, equitativa, justa e igualitária.
Basta de calar-se! Basta de resignar-se! Os tempos exigem coragem! Estejamos à altura dos tempos que nos coube viver.
Por um 1º de Maio revolucionário. Por um 1º de Maio digno onde arrebatemos ao poder a versão oficial de 1º de Maio. Por um 1º de Maio onde se honre a memória dos companheiros caídos e presos. Por um 1º de Maio que nos aproxime da Greve Geral indefinida e da emancipação.
Fonte: https://diariodevurgos.com/dvwps/por-un-1o-de-Maio-que-nos-lleve-a-la-Greve-Geral.php
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
café-da-manhã,
bem-te-vis gritando:
que bom acordar!
Valdir Peyceré
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!