Ropi é uma artista de rua argentina, presa de forma brutal e ilegal pela polícia brasileira, no Recife (PE).
Apoie a lua de amigxs e familiares que estão tendo custos, para poderem devolver a liberdade da Ropi, roubada pelas mãos sangrentas do Estado.
Nota via: Festival de Cine A
“La Ropi é uma viajera, há poucos dias estava dormindo em um prédio abandonado e foi acordada a golpes.
Quando se é mulher, se está sozinha e és agredida por um homem, sabes que isso não vai ter um final feliz, ou apareces morta por aí ou não apareces nunca mais… Infelizmente quando és uma mulher e está sozinha se acostuma a caminhar olhando mais pra trás, pra ver se ninguém te segue, a caminhar por onde tem casas por que se alguma coisa nos acontecer, alguém pode nos socorrer, se acostuma a ter medo, a carregar um spray de pimenta ou uma faca no bolso…
La Ropi usou essa faca, era sua vida e sua integridade física que estavam em jogo… O homem que a golpeou se identificou como policial só depois que ela se defendeu! Nunca vamos saber quais eram suas reais intenções, mas não eram boas… La Ropi está ferida e encarcerada em uma penitenciária feminina em Recife, acusada de tentativa de homicídio, apenas por tentar se defender… Nós, amigxs e familiares estamos aqui do lado de fora, ansiosos e tristes, furiosos com esse sistema patriarcal que segue nos condenando…
Ela está sofrendo lá dentro, e nós aqui fora também, mas é importante mencionar que se ela não tivesse se defendido talvez a história hoje fosse outra, poderíamos estar chorando por nossa amiga em um caixão ou procurando-a desesperadamente.
Pra mim não fica explicado por qual motivo um policial decide atacar uma mulher que está dormindo sozinha e que dedica não se identificar antes de agir… La Ropi se defendeu de um possível feminicídio, estupro ou sequestro, a Ropi está encarcerada mas está viva, POIS SE DEFENDEU!
Quando se é mulher e se está sozinha é preciso ter medo, acostumar-se a estar constantemente alerta e ainda ter o cuidado de não se defender, por que vais presa! La Ropi me representa e representa todas aquelas mulheres que pra além de quaisquer perigos, nos arriscamos a viver a vida, representa a todas aquelas guerreiras que não vamos partir desse mundo sem lutar, aquelas que estão cansadas de ser vítimas, e também representa a todas aquelas que lutaram por suas vidas e ainda assim, foram mortas pelo machismo…”
agência de notícias anarquistas-ana
Hora do almoço.
Pela porta, com os raios de sol,
As sombras do outono.
Chora
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!