Como RML, justificamos o ataque armado ao posto de controle da polícia em Quidico e a queima do hotel Curef localizado a 20 metros deste ponto policial, uma ação realizada simultaneamente por uma coluna de 40 weichave na madrugada de sexta-feira, 13 de maio.
Esta ação é uma resposta à militarização encoberta que o governo de Boric aumentou em Wallmapu após o fim do estado de emergência. Com isso também deixamos claro ao governo que não haverá agressão sem uma resposta, ainda mais quando ele se recusa sistematicamente a responder às exigências dos presos políticos mapuches e suas famílias, endossando a nova política de punição do judiciário, como o envio de nossos presos para prisões mais distantes de seus territórios. Como dissemos em declarações anteriores, o governo deve dar sinais claros se deseja tanto a paz e isso visa resolver as exigências dos PPMs atualmente mantidos em várias prisões em Wallmapu.
Sabemos que Boric deixou nas mãos do Partido Socialista a implementação das novas políticas repressivas sob o slogan do crime organizado, dirigido pelo subsecretário do Interior, Manuel Monsalve e em Arauco pelo novo delegado presidencial, Humberto Toro, o mesmo que foi responsável pela repressão no segundo governo Bachelet. Não esquecemos Toro, o mesmo que apoiou o ataque armado dos carabineros em 2014 em Huentelolen que deixou 11 membros da comunidade Mapuche feridos por balas na fazenda Rihue Alto, hoje recuperada e controlada pelos Lov Mapuche deste território.
Atacar o Hotel Curef também significou a expulsão definitiva de Fernando Fuentealba de nosso território. Este personagem anti-Mapuche tem se dedicado durante anos a denegrir a Resistência Mapuche e hoje tem uma carreira política como presidente da “Agrupación de Víctimas del Terrorismo” (Associação de Vítimas do Terrorismo). Lembramos que Quidico é terra mapuche, que houve aqui um forte militar durante a invasão chilena no século XIX, onde até antigos kiuvikecheyem foram sequestrados e desfilaram pela Europa como troféus de guerra, algemados e humilhados.
É por isso que nossas tralkas e kütral hoje fazem justiça mapuche com nossos ancestrais, avançando passo a passo na expulsão dos winkas racistas e usurpadores. Aos pobres e humildes habitantes de Quidico dizemos que nossa luta não é contra eles, mas contra aqueles que durante anos lucraram com nosso território.
Sabemos que a chegada dos militares é uma questão de dias. Seja através de um “estado intermediário” ou de um novo estado de emergência, pois os proprietários de terras, caminhoneiros e empresas florestais estão clamando por isso. É por isso que devemos continuar avançando em unidade, com uma linha clara e firme baseada em nosso kimun, rakiduam e feyentun e com weichan e controle territorial como método para consolidar a resistência e autonomia mapuche.
• Transferência imediata para a prisão de Lebu para Alex Manríquez Maril, Robinson Parra, Esteban Carrera e Yerko Maril.
• Nulidade, julgamento justo e liberdade para os PPMs da Elikura.
• Liberdade para todos os PPMs.
• Fora com as empresas florestais, Fuentealba e toda expressão capitalista em Wallmapu.
• Em memória de Lemuel Fernandez, Samy Llebul e todos os que caíram na weichan.
• Território e autonomia.
WALLMAPU AVANÇA EM DIREÇÃO À LIBERTAÇÃO
Resistência Mapuche Lavkenche (RML)
Lavkenmapu-Nahuelbuta
Franja Lavkenche
Segunda-feira, 16 de maio de 2022.
Tradução > Liberto
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agência de notícias anarquistas-ana
Como que levada
pela brisa, a borboleta
vai de ramo em ramo.
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!