TEXTO DOS ANARQUISTAS PRESOS DO LUTA REVOLUCIONÁRIA POLA ROUPA E NIKOS MAZIOTIS
Ao longo de sua carreira jurídica, Daphne Vayanou lutou por sua causa. Desde muito jovem foi advogada de casos políticos bastante importantes. Com uma profunda cultura política, capacidade de mediação e uma alma lutadora, se encarregou de casos políticos pesados, processos e julgamentos. Não seria exagerado dizer que ela foi uma advogada pela causa. Defendeu muitos anarquistas em inúmeros casos de perseguição política. Sem nenhum rastro de conservadorismo, sem fazer pactos políticos, não disfarçou os valores políticos dos lutadores que defendia, não deixou de lado as questões políticas em nome de qualquer conveniência. E, com tudo isso, foi extremamente eficaz, combinando de forma única as dimensões políticas dos julgamentos com uma excelente defesa penal.
Daphne Vayanou foi nossa querida advogada, insubstituível companheira de viagem durante nossa trajetória política. Muitos processos, incontáveis reuniões, discussões longas, significativas e inesquecíveis, sobre questões jurídicas e políticas. Ela mesmo sabia, como dizíamos constantemente, mesmo após sua aposentadoria, e mesmo uns dias antes da sua morte, que era NOSSA ADVOGADA.
Estivemos juntos no júri da Politécnica em 95, que foi quando nos conhecemos. Estivemos juntos no julgamento e na prisão de Nikos Maziotis por instalar uma bomba no Ministério do Desenvolvimento em 1998. Estivemos juntos em todos nossos julgamentos e condenações (grandes e pequenas). Estivemos juntos nas prisões e julgamentos do Luta Revolucionária [grupo anarquista de guerrilha urbana], ela esteve conosco em hospitais e na maternidade onde nasceu nosso filho.
Foi nossa valiosa defensora nos julgamentos do Luta Revolucionária. Fez parecer que era fácil – e na verdade, não é – trazer a luz todas as dimensões criminais em nossos júris (que não eram poucos), junto com as apostas políticas, sem permitir que os elementos políticos fossem distorcidos pelos contextos criminal em que se situavam. Deu cabo da defesa jurídica e política, a sua maneira.
Não acreditamos que sua formação e cultura política deem conta de explicar singular – em nossa humilde opinião – advogada e jurista Daphne Vayanou. Foi sua alma de lutadora, sua sensibilidade política e sua profunda empatia política e caráter o que a fez viver na mesma luta que nós.
Por todos os anos que compartilhamos, por sua presença valiosa, por sempre ter estado ao nosso lado, nós te agradecemos. Daphne Vayanou para nós sempre estarás aqui
Pola Roupa, 3ª ala da prisão de Eleonas em Tebas.
Nikos Maziotis, 4ª ala da prisão de Domokos.
Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1618699/
Tradução > 1984
agência de notícias anarquistas-ana
Extingue-se o dia
mas não o canto
da cotovia
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!