Ante a falta de denúncia das comunidades vizinhas de onde se retiraram a simbologia fascista, a juíza, que nem sequer tomou declaração dos processados, arquivou o processo. “Este processo judicial jamais deveria ter sido iniciado. Retirar simbologia fascista não é um delito é uma obrigação”, afirma a CNT Zaragoza, sindicato ao qual pertencem os dois antifascistas.
A magistrada encarregada do processo judicial aberto contra dois antifascistas de Zaragoza por retirar placas com o símbolo da canga e das flechas decidiu arquivá-lo ante a falta de denúncia por parte das comunidades vizinhas de onde se retirou esta simbologia. Uma simbologia que atenta diretamente contra a Lei de Memória Histórica e a Lei de Memória Democrática de Aragão aprovada pelas Cortes, umas leis que são reiteradamente descumpridas por prefeituras como a da capital aragonesa, a mando do PP-Cs e Vox, ou o de Uesca, com o PSOE.
“Como não poderia ser de outra maneira a investigação aberta contra os dois antifascistas que retiravam as placas do Ministério da Habitação nos quais aparece o símbolo pertencente a um dos grupos mais criminosos que existiu neste país, a Falange, foi arquivado. Retirar simbologia fascista não é um delito é uma obrigação”, afirma em um comunicado a CNT Zaragoza, sindicato ao qual pertencem os dois antifascistas.
Este processo judicial “jamais deveria ter se iniciado ante a falta de denúncias tal e como indicava a polícia judicial em seu informe, ainda que isto não fosse obstáculo para que esta juíza decidisse chamar para depor os dois companheiros em 11 de maio passado, a cuja declaração a magistrada nem sequer se apresentou, sendo uma secretária judicial a que tomou a declaração a estes dois antifascistas. Uma prova clara que determinados membros do aparato judicial usam as leis a sua vontade”, denuncia a CNT.
Os dois antifascistas processados afirmam que “em nenhum caso cessarão de eliminar as insígnias dos maiores assassinos que houve na história deste país, os quais fizeram correr rios de sangue por toda a geografia espanhola desde o primeiro minuto que se sublevaram e que semearam o terror ali por onde passavam realizando execuções em todos e cada um dos povos e cidades da Espanha, da maneira mais sádica, fazendo desaparecer os corpos, semeando o país de cadáveres e vingando-se de uma forma infame e repugnante sobre aqueles aos quais deixavam com vida, castigando-os com uma vida inteira de dor e sofrimento que superou a vida dos que sofreram sua ira transferindo-o a segundas, terceiras e até a quartas gerações”.
“Não se pode permitir que ainda restem símbolos que fazem com que toda essa dor perdure e que ademais deixe os que submergiram este país na mais sanguinária ditadura de sua história como algo sem transcendência”, concluem os dois antifascistas.
O processo judicial, que termina agora com o arquivamento do caso, levantou uma onda de solidariedade com os dois militantes acusados. À campanha iniciada pela CNT se somaram a Coordenadora Antifascista de Zaragoza, ARMHA, Anticapitalistas Aragón, Asociación El Cantero de Torrero, Asociación de Vecinal Montes de Torrero, Zaragoza en Común, Intersindical de Aragón-co.bas, Estudantes em Movimiento de Aragón, PCE Aragón, a Asamblea del 8M, a CGT e a Juventud Comunista de Aragón, entre outros coletivos e organizações sociais.
Tradução > Sol de Abril
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
Neste bosque urbano
árvore feita em concreto
– meu corpo estremece.
Eolo Yberê Libera
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!