Na medida em que continuam os cortes em Cuba, em razão da crise energética que o país atravessa, cresce o mal-estar na população que há apenas um ano se mobilizou como nunca antes para exigir uma melhor qualidade de vida.
A ditadura cubana prendeu oito jovens que protestavam na cidade de Baracoa devido aos contínuos apagões em meio a uma profunda crise energética que a ilha caribenha enfrenta. Os detidos estão na prisão Combinado Sur aguardando julgamento.
Segundo o canal de notícias ADN Cuba, os jovens foram presos em 16 de julho, um dia depois de terem saído para protestar. Os detidos foram identificados como Richard Sánchez, Dariannis Guerra, Uvensy Matos, Kepler Navarro, Misael Pon, Irioldis Barrabia, Noger Paumier e Ylder Columbie, que estão a ser processados pelos crimes de desordem pública e incitação ao crime.
“Até agora temos 26 detidos, e eles estavam convocando outras pessoas, ou seja, todo o pessoal que eles viram nos vídeos que estavam na manifestação, a polícia está convocando e interrogando, mas como não há capacidade para mantê-los detidos na estação de Baracoa, eles estão lhes dando datas para se apresentarem”, disse o jornalista independente Yoel Acosta Gámez, à ADN Cuba .
O protesto começou por volta da meia-noite de 15 de julho, quando a população estava em plena celebração de uma festa popular. Quando o apagão ocorreu, as pessoas saíram para protestar.
“O que se seguiu foi um forte protesto, no qual foram gritados slogans como Abaixo Diaz-Canel, chega de fome, que eles estavam cansados, que queriam um futuro melhor”, disse Acosta Gámez.
“E quando os manifestantes foram atacados por vários policiais, eles atiraram pedras no carro-patrulha e jogaram garrafas neles, e um policial ficou ferido”, acrescentou.
À medida que os apagões continuam em Cuba, como resultado da crise energética que o país atravessa, cresce o desconforto de uma população que há apenas um ano se mobilizou como nunca antes para exigir uma melhor qualidade de vida.
Recentemente, ocorreram manifestações em Jagüey Grande, Caibarién, Sagua la Grande e em Mayabeque, onde algumas pessoas atacaram a sede da União Elétrica Cubana (UNE).
Alguns manifestantes conseguiram compartilhar imagens e vídeos de uma nova jornada de protestos contra o regime de Castro nas redes sociais. Os mobilizados exigiram o restabelecimento dos serviços ao grito de “liberdade”.
Conforme mencionou ao “Diário de Cuba” uma mulher identificada como Albuerne Noa, o serviço elétrico foi restabelecido pouco depois de iniciado o protesto. Assim mesmo, relatou que a mobilização se dispersou apenas depois da chegada das Brigadas Especiais enviadas pela ditadura e comentou ainda que haviam “infiltrados”, referindo-se aos agentes de segurança do Estado trajados como civis.
A UNE previu uma queda de 10% na geração para segunda-feira durante as horas de pico – a hora de maior consumo – com um máximo de 450 MW durante as horas do dia. A demanda máxima estimada para esse dia foi de 2.750 megawatts (MW) e a disponibilidade é de 2.519 MW e para o “pico” o déficit será de 301 MW, de acordo com a declaração da UNE.
O ditador Miguel Díaz-Canel reconheceu em uma sessão do parlamento (unicameral) o mal-estar causado pelos cortes de energia elétrica, que têm se agravado nos últimos meses.
A ditadura explicou que os cortes de abastecimento são causados por avarias nas fábricas, escassez de combustível para a geração distribuída e manutenção programada.
Tradução > Liberto
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