Uma análise decolonial e libertária dos debates eleitorais

Por Wallace de Moraes | 05/09/2022

|| A exclusão dos únicos candidatos negros da possibilidade de divulgar as suas ideias nos debates confirma que o sistema representativo é oligárquico e racista ||

Sabemos que o Estado gerido por representantes da direita por séculos não só patrocinou o colonialismo, como justificou as diferentes formas de racismo. Normalmente, o direitista é racista, como o foi Adolf Hitler e seus partidários nazistas que justificaram o extermínio de judeus, comunistas e todos que se diziam de esquerda. Daí não esperarmos muito de quem se apresenta como tal. Não é incongruente quando um direitista desdenha dos povos quilombolas se referindo a eles como “pesando em arrobas”, como fizera o candidato do ódio. É horrendo, mas é um direitista se posicionando em coerência com a sua posição ideológica. A direita sustentou o colonialismo, não esqueçamos disso.

Por outro lado, no primeiro governo de esquerda da história, entre 1793 e 1794 durante a Revolução Francesa, os montanheses (aqueles que se sentavam no alto e à esquerda do parlamento francês, daí seu nome) aboliram a escravidão nas colônias nas Américas, pressionados, é claro, pelos próprios negros que haviam tomado o poder no Haiti em uma das revoluções mais emblemáticas da história. Depois dos membros da esquerda serem guilhotinados pelos direitistas, que reassumiram o poder, a escravidão foi restituída.

Desde o final de 2014, vários grupos de direita com forte atuação nas redes sociais têm defendido uma cultura conservadora, preconceituosa, intolerante contra as liberdades das comunidades LGBTQIAP+ e contra tudo que aponte para igualdade social, de direitos ou signifique de esquerda, socialista etc. Esse fenômeno do ativismo conservador agressivo produziu a vitória eleitoral do candidato do ódio e das armas. Seu governo acentuou uma política estabelecida no Brasil há mais de quinhentos anos caracterizada pelo desejo/simpatia de matar física e/ou psicologicamente (necrofilia) negros/indígenas (colonialista) e os que fogem da cultura cisheteronormativa, que não praticam as religiões judaico-cristãs, que desafiam os primados do militarismo e do igrejismo, que seja de esquerda, ou simplesmente não espelhe os seus preconceitos; resumindo, o outro (outrocídio). Assim, o conceito de necrofilia colonialista outrocida busca caracterizar as políticas postas em prática pelo governo das fake news que faz um malabarismo sustentado com menções à bíblia, mas curiosamente defensor da liberação das armas para matar o “outro”. A alusão a Jesus, que nunca defendeu o assassinato de ninguém, com a defesa do slogan: “bandido bom, é bandido morto”, caracteriza um verdadeiro charlatanismo teocrático, que, evidentemente, é racista.

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tanto ao lado da chaminé,
como ao lado da porta –
o gato gelado

Jadran Zalokar

 

One response to “Uma análise decolonial e libertária dos debates eleitorais”

  1. Oliveira

    Como se a cor do presidente muda-se alguma coisa…