Por André Tunes | 08/09/2022
Volte e meia, historicamente falando, alguns “anarquistas” em épocas eleitorais, tentam trazer a “utilidade do voto” nas circunstâncias democráticas atuais, como uma forma relevante de “luta”, muito(a)s, ao conceber o anarquismo de forma estereotipada, ou, as vezes desconhecer de fato o que é o anarquismo, suas práticas e teoria, favorecem a pejoração do próprio conceito, e, também, ostracizam o movimento a apenas uma figura alegre e momentâneo de rebeldia social.
Mas também, sabemos, que atenuantes ocorrem, e, a infiltração e inserção de “reformistas, conservadores, progressistas, autoritários” dentro do movimento é visível e muitas vezes explicita, assim, como o movimento anarquista NÃO POSSUI LIDERES ou AUTORIDADES, é um movimento estruturalmente descentralizado e autônomo – você leitor(a), ao conhecer um pouco sobre o que é o anarquismo e o que ele sustenta, pode livremente em sua comunidade, local de trabalho, de estudo criar um coletivo, ou, começar ativamente e de forma autônoma a fazer propaganda libertária, sem precisar passar por uma prova, ou, iniciação política. Assim, do ponto forte e extremamente eficiente que é o movimento anarquista, as suas fraquezas também acarretam desentendimento e infiltração.
A revista Jacobin, uma revista famosa da esquerda radical, trouxe um texto¹ de um “grupo anarquista autônomo formado por radicais de vários lugares”, que defende o voto ao candidato a presidência da república do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
O artigo começa com especificações e o apelo ao voto ao Lula, seguindo de uma perspectiva de anedota, onde dizem que: “Conhecemos amigas, amigos, companheiras, militantes, mais organizados ou não, que são anarquistas, e votarão em Lula. Alguns já o dizem abertamente. Outros votarão em segredo. Parece uma opção individual. Uma espécie de licença momentânea do anarquismo“, como se, essas “amigas”, “amigos”, “companheiras”, “militantes” não pudessem ser alvo de crítica, e até mesmo, desconhecerem de fato o que é anarquia. A pergunta que fazemos é simples, se realmente é uma “licença momentânea do anarquismo” e aqui, estamos falando de deixar de lado todos os fundamentos, preceitos, regras e normas que condizem com a prática libertária, porque votar no Lula? E não em uma Simone Tebet? Ciro Gomes? Meu deus, porque não no Bolsonaro? Como já colocado no texto, é uma “opção individual”, porque então essa opção tem que ser destinada ao Lula? Já que está votando (vai votar), é indiferente pra quem vai o voto.
A sua continuação, vai contra o seu apelo ao voto, ao dizerem: “O anarquismo é, sem dúvida, a nossa herança de luta. Uma luta incansável, ininterrupta, com os de baixo, contra o capitalismo, seus governos e todas as formas de opressão. Conhecemos a força que sustenta esta palavra, luta, nada menos do que a reinvenção da vida. Uma vida digna de ser vivida“. Como uma “herança de luta”, pode ocasionalmente ser deixado de lado em épocas eleitorais? É uma luta incansável e ininterrupta, mas que, nesses momentos de eleição, podemos tirar uma “licença momentânea do anarquismo”, para votar? Me parece então, que essa herança, essa luta incansável e ininterrupta, pode, substancialmente se tornar uma luta cansativa e com a possibilidade de interromper periodicamente. A “reinvenção da vida”, que infelizmente (ou felizmente) pede uma pausa, uma trégua, para conformar-se com o voto e com a esquerda no poder.
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
[1] https://jacobin.com.br/2022/09/anarquistas-em-defesa-do-voto-em-lula/
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