A corrida pelos cargos das instituições burguesas teve início oficialmente. E os grandes veículos de TV já organizaram entrevistas e debates com alguns presidenciáveis.
Na primeira semana de campanha quatro candidatos à executar a máquina de exploração do Estado foram entrevistados, ao vivo, no jornal de TV mais assistido do país e na sequência houve o primeiro debate entre candidatos a este cargo maior. O que podemos avaliar destes momentos?
Bolsonaro reiterou que seu projeto é uma atualização do projeto fascista da década de 30 do século passado, permeado por ultraliberalismo, movimento ideológico conhecido também como alt-right, que se estrutura no ultranacionalismo, no patriarcado e na superioridade de alguns grupos em relação a outros. O Excrementíssimo não deixou dúvidas quanto a esse projeto.
Ciro, que muitas pessoas consideram o mais preparado para o cargo, mostrou apenas seu interesse num crescimento econômico estatístico que favoreceria as elites empresariais com uma esmola a mais para as camadas vulneráveis, viabilizada pela taxação das grandes fortunas das pessoas mais ricas da nação, promessa que o mesmo faz como mera bravata por saber de quão remota são suas chances de vitória. E apesar das críticas ao governo PTista seu projeto é exatamente o mesmo, se aliar às elites empresariais para uma conciliação de classes. Além de evidentes sinalizações favoráveis, ao longo da campanha, para com o agronegócio brasileiro — uma das atividades econômicas que mais contribuem para o desastre ambiental e humanitário no país.
Lula, o Messias redentor para a grande massa, povo este vulnerável a estas campanhas hipócritas devido a um sucateamento programático da educação e cultura a que o povo têm acesso, declarou de forma inegável o seu projeto conciliatório com o qual as elites não precisam se preocupar pois foi durante os governos PTistas que estas mais teriam lucrado e que pretende fazer um governo ainda “melhor” que seus últimos, via um crescimento do PIB representado pelo aumento do lucro empresarial e maior poder de compra do povo pobre, isto é, a sofisticação dos métodos de endividamento destas pessoas.
Tebet apresentou pura demagogia fraseológica vendendo um identitarismo liberal como modelo de contestação social. A questão da mulher abordada por seu mandato não passa de uma corrida em busca de angariar votos femininos, haja vista que a até então senadora aprovou enquanto parlamentar todas as medidas anti-povo, prejudicando trabalhadoras no geral. E se formos falar do aborto, sequer aborda tal assunto, o que de certa forma já era esperado, por estar num campo conservador, embora o aborto seja uma questão central para a pauta feminina.
Isto foi apresentado nas entrevistas do JN, no cara-a-cara estes candidatos não destoam em nada das entrevistas, e a única diferença foi a presença de dois outros candidatos, o candidato do NOVO e a candidata do União Brasil, que seguiram a mesma linha de colocar no setor empresarial e acordos políticos com o espectro do centro como modelos econômicos sensatos no qual a população pode confiar e conceder seu voto.
A ausência de candidatos de partidos que se declaram revolucionários não é à toa e prova que o alcance dessa propaganda ao grande público segue um plano editorial e de censura, por mais que estas ditas candidaturas não provem uma linha verdadeiramente revolucionária destes partidos, a presença dos candidatos da UP, PCB e PSTU, poderia ter feito a diferença nas questões que estes apresentariam e do consequente limite da Social Democracia e do liberalismo declarado para a seguridade social. Inegavelmente estas candidaturas geram um confucionismo para as pessoas, no tocante à verdadeira metodologia de organização social para superar a concentração de riquezas estruturante da Ditadura Totalitária da Mercadoria.
Percebemos que o processo eleitoral aliena as massas de suas capacidades coletivas e dispersam energias que deveriam está sendo aplicadas na organização combativa do povo oprimido, além de serem uma falsa vitória fundada numa falsa segurança institucional, que mais de uma vez não foi respeitada quando seu resultado desagradava as elites dominantes, inclusive no passado recente em 2016.
Cabe organizarmos a revolta popular e transformarmos o esvaziamento intuitivo do processo eleitoral, observado no aumento progressivo do número de votos brancos, nulos e abstenções (que é o gesto de não ir às urnas), numa postura política consciente e consequente, via a organização de grupos de base a partir dos locais de trabalho, moradia, estudo e compartilhamento social, para, num primeiro momento, respondermos ao acirramento dos ataques fascistas que ocorrerão com a provável derrota do Excrementíssimo nas urnas, e também para estarmos bem organizados para darmos respostas efetivas independentes das instituições burguesas e suas elites políticas, de esquerda ou de direita, aos ataques burocráticos que este irá praticar antes de abandonar o assento presidencial. Essa é nossa tarefa imediata nesses 30 dias antes do primeiro ritu de submissão à ordem burguesa.
Só o povo salva o povo.
agência de notícias anarquistas-ana
Ah, quanta inveja
Da maneira que termina
O namoro dos gatos.
Ochi Etsujin
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!