A fúria

Na última terça-feira, em Teerã, no Irã, a curda Mahsa Amini foi presa pela polícia da moralidade por não estar de hijab (véu islâmico). A jovem de 22 anos foi espancada e torturada pelos policiais. No mesmo dia, foi internada em um hospital, em coma. Na sexta-feira, Mahsa Amini morreu. Ela foi executada pela polícia, que inexiste sem moral e tortura. Apesar da falaciosa versão oficial, uma foto dela internada e desfigurada vazou. Manifestações eclodiram em Teerã e em Sanandaj, cidade em que Amini vivia. Sexta, sábado, domingo, os protestos não cessaram, mesmo com a usual violência do Estado e suas forças de segurança. Muitas mulheres, nas ruas, com seus cabelos soltos ao vento e os rostos expostos, mostraram os dentes, a fúria e o berro frente ao insuportável.

Religião e política

A Federação Anarquista Era, composta por libertárixs que vivem no Afeganistão e no Irã, divulga o que ocorre na região desde que a lenta execução de Mahsa Amini foi clandestinamente publicizada. Xs anarquistas contam que viaturas e outras propriedades da polícia estão em chamas, e afirmam que seguirão nas ruas: “é tempo de guerra e não de luto!”. Pois, desde a Revolução Iraniana, “milhões de mulheres foram torturadas, violadas e mortas sob a tirania religiosa e seu patriarcado. (…) É hora de ficar com raiva e rugir, não de ficar sentadx e caladx! É hora de agir e não mais reagir. (…) Nós, anarquistas, apoiamos a continuidade dos protestos e manifestações, e queremos sua expansão em atividades revolucionárias e anti-regime que ganhem maior amplitude e profundidade, para que este regime miserável seja, finalmente, derrubado”. Religião e política são inseparáveis.

>> Para ler o Flecheira Libertária na íntegra, clique aqui:

https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2022/09/flecheira689.pdf

Fonte: Flecheira Libertária, n. 689, 20 de setembro de 2022. Ano XVI.

agência de notícias anarquistas-ana

Mundo de orvalho,
não mais que um mundo de orvalho.
Só que, apesar disso…

Issa