Amigas, amigos, companheiras e companheiros, temos o prazer de comunicar o lançamento de um novo título da coleção Utopía Libertaria:
“Llamamiento al socialismo”, um clássico de Gustav Landauer.
“A figura de Gustav Landauer, injustamente esquecida, tanto dentro do anarquismo como mais ainda dentro da esquerda em geral, representa um marco inevitável para a história do pensamento libertário. Duas razões, pelo menos, encontramos para avaliar positivamente a reedição desta obra. Primeiramente, consideramos que o pensamento de Landauer possui um peso específico próprio dentro da literatura anarquista e emancipatória em geral, que por si só justifica nossa aproximação de seus textos. Isto pode apreciar-se em sua defesa apaixonada do socialismo como a melhor, a mais justa e a mais frutífera das relações possíveis entre seres humanos; em seu veemente chamado a criar ilhas de utopia dentro do imenso mar da injustiça social, desde onde se forjaria o socialismo do futuro […] A segunda razão é de caráter conjuntural: o acentuado interesse que se observa na nova esquerda pelo pensamento de Walter Benjamin cremos que poderia e deveria estender-se a Gustav Landauer. O autor das chamadas “Teses de filosofia da história”, que conhecia a obra do anarquista alemão por intermédio de seu grande amigo Gershom Scholem, compartilha com nosso autor, além do rechaço à ideia de progresso que caracteriza o marxismo mais ortodoxo, tanto uma filosofia da história similar –que dá ênfase no sentido que damos à história e que poderíamos denominar como filosofia da memória, como assim também um messianismo judeu secularizado que cifra suas esperanças de salvação em uma revolução que reúne dialeticamente duas dimensões: uma restauradora, a outra utópica. A primeira se propõe como retorno a um passado ideal, a segunda aspira a um futuro radicalmente novo.”
Do prólogo de Nicolás Torre Giménez.
“O intelectual alemão Gustav Landauer, uma das figuras mais lúcidas que o anarquismo já teve em toda a sua história, é –paradoxalmente– uma das menos conhecidas e valorizadas, inclusive no seio mesmo do movimento ácrata. Só nas esferas libertárias de tradição germânica e judia a figura de Landauer goza do prestígio devido. Sua exuberante e complexa obra, afastada dos moldes doutrinais, irredutível às classificações simplistas, ficou excluída do cânone anarquista clássico. Humanista e livrepensador, autodidata exemplar, escritor e orador extraordinário, Landauer possuía uma sagacidade intelectual e uma cultura erudita verdadeiramente extraordinárias, assim como uma intensa sensibilidade Sturm und Drang que fez dele uma das principais referências do neo-romanticismo alemão de finais do século XIX e princípios do XX”. Homem multifacetado em suas inquietudes, cultivou com igual fruição a filosofia e a germanística, a novelística e a dramaturgia, a crítica e a história da arte, assim como o jornalismo e a propaganda política. Foi, também, um prolífico tradutor e editor, um conferencista notável e um infatigável militante e propagandista do socialismo libertário”.
Do esboço biográfico de Federico Mare.
“Gustav Landauer foi uma figura de relevo na literatura alemã, podemos qualifica-lo como uma das mais brilhantes e mais puras personalidades da revolução. De uma rara inteligência, de uma vastíssima cultura, de um sentimento artístico privilegiado, era para ele socialismo mundial uma pedra angular extraordinariamente preciosa. Não era um repetidor, era um criador; não transmitia em sua propaganda ideias feitas, programas acabados, mas que elaborava novas concepções, apresentava novos complementos, abria novos horizontes à visão e à ação. Enamorado da associação livre, do trabalho alegre, da cooperação voluntária, da comunidade e da justiça, se levantou contra a civilização capitalista e contra o marxismo que quer perpetuá-la em nome de um dogma contraditório”.
Da Advertência de Diego Abad de Santillán na primeira edição em espanhol da editorial Nervio.
Nosso profundo reconhecimento à Ediciones El Salmón e a Jesús García Rodríguez, tradutor e especialista em filologia alemã, por havernos permitido contar com a revisão da tradução original –realizada por Diego Abad de Santillán para a editorial Nervio– e pelas notas do revisor que a acompanham. Esclarecemos que todos os textos traduzidos aqui incluídos foram ligeiramente modificados para adaptá-los ao espanhol rio-platense.
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Tradução > Sol de Abril
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