Na sexta-feira, 16 de setembro, aconteceu outra das sessões dedicadas aos quadrinhos que temos organizado a partir da CNT de Valladolid. Tivemos o prazer de ter entre nós novamente Rubén Uceda, um amigo desta casa, que nos apresentou a ‘Negras tormentas 1936-1939’. Neste trabalho Rubén culmina – junto com o cartunista Gabriel Cagliolo – o projeto que iniciou com ‘El corazón del sueño: verano y otoño de 1936’: usar a linguagem do romance gráfico para divulgar a história da revolução social que a classe trabalhadora empreendeu contra o avanço do fascismo na Espanha.
Foi um evento que reuniu pessoas de diferentes coletivos, o que enriqueceu muito o debate e demonstra a relevância dos temas abordados por Rubén em seus romances gráficos – apesar de toda a estratégia institucional e patronal para extinguir a memória comum deles, e que funciona como o combate eficaz de Rubén. Como escreveu um dos participantes, “estávamos compartilhando toda a alma e praxe da revolução libertária”. O coração do sonho e das negras tormentas é um compêndio tão belo e necessário, que nos fez vibrar com o passado dourado do anarquismo e o presente literário que o endossa”.
É assim que o próprio projeto explica o romance:
Este romance gráfico narra e recria a partir de uma perspectiva libertária o processo da guerra, a revolução social e a contrarrevolução, através das preocupações e vicissitudes de seus seis protagonistas, militantes anônimos e reconhecidos da CNT e Mujeres Libres. Protagonistas que experimentam amor e ódio, vitórias e derrotas, bem como as contradições de colocar os ideais em prática.
Ao longo de suas páginas se desdobra um apelo contra as guerras nas quais o povo sempre fornece os mortos. Ao mesmo tempo, reflete como um imenso número de pessoas soube se autogerir com base no apoio mútuo, na solidariedade e no federalismo.
É necessário contar estas histórias de revolução social, com suas possibilidades e seus fracassos, pois elas são parte essencial de uma memória coletiva que quase sempre foi coberta por capas de esquecimento e preconceito.
Este retorno ao passado que Negras Tormentas propõe não é um ato de nostalgia, mas um exercício de reconhecimento para conhecer a nós mesmos na história, para aprender e nos emocionar.
Rubén compartilhou conosco suas fontes nas biografias e testemunhos daqueles que estiveram envolvidos nesses eventos, e nos mostrou como a linguagem dos quadrinhos nos permite colocar em diálogo as perspectivas vividas a partir de lugares muito diferentes. Isto serviu como um estímulo para os presentes lerem e relerem.
O potencial das histórias em quadrinhos para explorar futuros alternativos, a situação da indústria de quadrinhos espanhola como espaço para promover projetos como este, foram dois dos muitos tópicos que surgiram em uma tarde de debate para recordar. Agradecemos a Rubén Uceda por nos oferecer esta oportunidade.
Fonte: https://www.cntvalladolid.es/presentacion-en-valladolid-del-comic-negras-tormentas-1936-1939/
Tradução > Liberto
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Como que levada
pela brisa, a borboleta
vai de ramo em ramo.
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!