|| Defender a auto-organização do Cordón, defender os projetos anárquicos. As 100 pessoas que recebem seu prato de comida na merenda e as “panelas populares”. As aulas livres e gratuitas. A praça ganha à especulação onde antes havia um lixão. O mercado popular e sua luta contra o lucro. As centenas de pessoas, suas assembleias autônomas, suas lutas… ||
As forças da propriedade privada virão desalojar um projeto, mas só encontrarão uma casa
As forças do Estado irão contra uma comunidade de luta auto-organizada em cinco anos, mas, spoiler, só ganharão uma casa. A panela popular, a merenda, as oficinas, as palestras, a biblioteca, tudo resistirá. A auto-organização baseada no apoio mútuo resistirá. Faz uns quinze anos uma casa no Cordón foi abandonada, jogada às traças, nós a resgatamos disso faz cinco anos e a pusemos à serviço das pessoas. Hoje os donos legais, como costumam fazer os capitalistas, lembraram os preços e esqueceram os valores.
Nosso projeto se trata de liberdade, uma liberdade que ganhamos, que sustentamos com nossas mãos e que já não poderão nos tirar. O que tem mais força bruta? E o quê? Não se trata de potência de choque, trata-se de ter um porquê e nós o temos. A grande diferença entre os que virão nos desalojar e nós é que nós sabemos o que defendemos. Nos acostumamos a ganhar nossa liberdade, não a mendigá-la e agora não há quem nos abaixe a cabeça…
Umas 300 pessoas passam semanalmente para se alimentar, para aprender e se organizar pelo local que será tomado para a especulação. Pessoas que aprendem que nada do que recebem é caridade, interesse ou engano político. Não há Estado ou igreja, só pessoas que decidem horizontalmente. Os que fazem boxe, os que fazem taekwondo, os que fazem yôga, os que vão a uma oficina de escrita, cantam murga ou dançam tango se cruzam com os que vão a almoçar ou merendar e se mesclam como irmãos. Somos parte dessa multidão, desses pobres que aprenderam a força de auto-organizar-se. Nada no Cordón Norte é grátis, mas bem livre, toda tentativa surge da solidariedade, do respeito verdadeiro e da aprendizagem contínua. Já ganhamos.
Não ao desalojo do Cordón Norte. Nem um passo atrás.
Jornal Anarquía
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Num vôo direto
o pássaro volta
procurando um teto
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!