“É, portanto, o povo que se permite se garrotear, ou melhor, ser garroteado, pois ao se recusar a servir, romperia seus laços“. La Boétie, O Discurso da Servidão Voluntária
Em direção a uma sobrevivência generalizada.
Hoje, tudo está se tornando mais claro. Todos nós, que já perdemos muito nas últimas décadas, não podemos mais estar enganados. Os tempos que se abrem serão, a cada dia um pouco mais, aqueles em que a vida cotidiana será reduzida à luta pela sobrevivência. Não estamos falando aqui do tipo de sobrevivência com ar condicionado que era a norma nos anos 60; não, estamos falando do tipo de sobrevivência mais crua, quando a moradia, a alimentação e os cuidados com a saúde não são mais tomados como garantidos. Não existe mais uma sociedade sob o calcanhar de ferro dos neoconservadores, apenas indivíduos atomizados, submetidos à lei brutal da economia e condenados a não serem mais do que predadores ou presas, escravos em ambos os casos.
Seria inútil enumerar os muitos ataques que já tivemos que suportar, eles estão bem presentes em nossas mentes. Se persistirmos em combater cada um deles, um após o outro, como um paciente lutando contra os sintomas da doença sem chegar à raiz do problema, seremos derrotados. É nestas lutas, que certamente se justificam, mas muito fragmentadas e muitas vezes ingratas, que perdemos grande parte de nossa força nos últimos anos. O peso deste tipo de “rotina de luta”, com no final, no melhor dos casos, a única perspectiva de não recuar muito, tem desencorajado muitos.
Não recuem muito! Enquanto ao nosso redor um desastre social e ecológico sem precedentes está produzindo seus primeiros efeitos! Enquanto aqueles que estão escrevendo a história hoje, enquanto se esforçam para fechá-la para nós, estão aprisionando nossas vidas em um sistema cada vez mais perigoso, cada vez mais delirante, seja local ou internacional!
Fazendo história ao invés de ser submetido a ela
A situação hoje é grave demais para deixarmos escapar a oportunidade de nos unirmos, não para uma aliança casual, mas para uma luta que promete ser longa e difícil.
Não é a simples adição de exigências limitadas que permitirá esta união, mas a consciência de que estamos em um momento chave. Se os poderes que forem bem-sucedidos em impor seu jugo, que já se mostrou tão destrutivo nos últimos anos, então toda nossa capacidade de lutar nos próximos anos será diminuída. Todos temos em mente os dias pontuais de ação que permearam os últimos anos e o papel prejudicial que desempenharam no desenvolvimento de um movimento de greve geral. Não podemos nos dar ao luxo de ter este falso ritmo imposto a nós hoje. Nossa participação em uma greve de um dia fixada com bastante antecedência só pode ser prevista na medida em que, também com bastante antecedência, todos temos em mente que deve ser o início de um movimento à altura do desafio.
VIVA A GREVE GERAL ILIMITADA!
Extraído de um texto do grupo revolucionário pedagógico Vingtras, distribuído pela iniciativa anarquista CNT-AIT Allier na manifestação de 29 de setembro de 2022.
Fonte: http://cntaittoulouse.lautre.net/spip.php?article1253
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
as pálpebras do gato
ao ritmo das gotas
do candelabro
Valentin Busuioc
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!