Nas primeiras horas da quinta-feira, 24/2, o estado russo lançou um ataque em larga escala ao estado ucraniano. Uma guerra sangrenta está se desenvolvendo com milhares de mortes, estupros, assassinatos de civis e destruição do mundo natural.
No Estado russo, contra os apelos à unidade nacional, massacres transnacionais e recrutamento militar, uma guerra contra a guerra está se desenrolando. Manifestações em massa, recusas de recrutamento militar, ataques armados a militares, incêndio criminoso de escritórios de recrutamento estão sendo desenvolvidos. Ações que também ocorrem são sabotagem em linhas ferroviárias que transportam equipamentos militares e em fábricas que produzem material bélico. Um dos movimentos antimilitaristas mais esperançosos das últimas décadas está em andamento.
O Estado russo está tentando em vão reprimir esse movimento, prendendo e realizando julgamentos expressos que prenderam muitas pessoas que se opunham a essas coisas, com sentenças duras. A Cruz Negra Anarquista de Moscou faz um apelo internacional à solidariedade aos presos e em completo isolamento. Respondemos a este chamado e enviamos força e solidariedade aos companheiros e companheiras nas prisões da Rússia.
No Estado ucraniano, onde os autoritários comentam que “o país está na defesa” e por isso conduzem suas repressões, a luta contra a guerra é mais limitada, mas existente. Aqueles que se recusam a se juntar ao exército estão enfrentando uma repressão extrema do Estado e de grupos paraestatais fascistas.
Todas essas negações e lutas apontam, que a propaganda dos governantes, muitas vezes, não cola. E isso é ainda mais importante se considerarmos que essa propaganda é particularmente poderosa e extensa nesta guerra em particular.
As forças da OTAN e da UE (com um importante papel do Estado grego) apresentam-se como “as defensoras da democracia e dos direitos humanos” em oposição ao “autoritarismo da Rússia”. Esta retórica clássica usada em muitas guerras é o exemplo mais recente do ciclo de intervenções no Oriente Médio que resultou em milhões de mortos.
Por outro lado, o Estado russo está reaquecendo essa retórica (da era da URSS) em defesa contra o Ocidente intrusivo, tentando encontrar aliados e apoio.
Cada lado da guerra na Ucrânia está tentando vencer a corrida militar e política pela dominação mundial. Não esquecemos que a guerra é “a extensão da política por outros meios”. O conflito armado é consequência de vários outros conflitos que já aconteceram antes (propaganda econômica, política, nacionalista). É por isso que não há lado na guerra que começou na Ucrânia (e qualquer guerra interestado) para defender, e não reconhecemos nenhum Estado que se autodenomine vítima que devemos apoiar. Não há nada que una os exploradores e opressores, qualquer que seja sua etnia, com os explorados e oprimidos para lutar com eles. Ao contrário, tudo nos separa, a posição de classe, a capacidade e o modo de sobrevivência.
É por isso que lutamos em tempos de “paz” e guerra, contra todo Estado e toda forma de opressão e exploração, sem nenhuma submissão à unidade nacional. Estamos entrando em negações do recrutamento militar, entrando em conflito com os militares e a indústria de guerra. Estamos sabotando a preparação para a guerra e a guerra nacional. Recusamo-nos a matar uns aos outros pelos interesses do capital e pela glória do país. Continuamos as lutas sociais e de classes, contra o militarismo, a destruição da natureza, o patriarcado, até a libertação total.
Nosso objetivo é continuar a luta pela revolução social e de classe e para isso vale a pena dar todas as nossas forças. Para abrir caminho para a anarquia. Uma sociedade livre de pessoas iguais a ser espalhada por todo o planeta.
Na Grécia, Rússia, Ucrânia o inimigo é o Estado, o capital e o patriarcado.
Αναρχική συλλογικότητα Acte (Coletivo Anarquista Acte)
acte [at] riseup [ponto] net / acte.blackblogs.org
Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1621409/
agência de notícias anarquistas-ana
Cerejeira silvestre –
Sobre o regato se move
Uma roda d’água.
Kawai Chigetsu
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!