Sete indígenas mazatecas sofrem prisão política, estão a 8 anos em prisão preventiva e seus casos sofrem adiamento sistemático, apesar de que já demonstraram suas inocências.
COMUNICADO PRESOS POLÍTICOS MAZATECOS, NOVEMBRO 2022
A nossas famílias e habitantes de nosso povoado de origem, Eloxochitlán de Flores Magón,
Sierra Mazateca, Oaxaca, México:
A nossas irmãs e irmãos de luta de México e no Mundo:
Habitantes do Mundo:
Aos meios de comunicação:
Somos os presos mazatecos Jaime Betanzos, Herminio Monfil, Fernando Gavito, Alfredo Bolaños, Omar Hugo Morales, Isaías Gallardo e Francisco Durán. Cinco de nós estão a oito anos presos sem julgamento nem sentença, e dois de nós estão a quatro anos nas mesmas circunstâncias. Alguns de nós fomos liberados em março de 2019, mas na mesma porta do cárcere fomos detidos novamente por delitos falsos, não pudemos desfrutar um só minuto de nossa liberdade. Mais quinze companheiros sofrem deslocamento forçado porque são perseguidos com ordens de captura pelas mesmas acusações falsas que existem contra nós, entre eles, Miguel Peralta Betanzos.
Seguimos encarcerados, ainda que já tenha se comprovado que os falsos delitos são fabricados. Não entendemos que, por sermos mazatecos e querermos a livre autodeterminação de nosso povo, os governos de Oaxaca nos mantenham confinados. Que lei ou quem permite isso?
Temos a nosso favor mais de 13 amparos ganhos e mais de 20 sentenças de liberdade ganhas por outros companheiros.
Fomos reconhecidos pelo governo federal, desde dezembro de 2018, como pessoas injustamente presas e presos políticos. As mulheres, nossas mães, companheiras, filhas, irmãs e pessoas solidárias exigiram incansavelmente nossa liberdade, mas receberam discriminação e racismo.
Por isso, queremos fortalecer nossa exigência. Acordamos seguir organizados em Coletivo de luta, porque já basta! Já foi demasiado! Tínhamos que estar fora Já! Nossa liberdade e a de toda pessoa, é preciosa e vamos defendê-la, nunca a trocaremos nem por todo o ouro do mundo.
Decidimos nomear nossa luta assim: “Tjí’nde-najin Kjoabijnandií-najin”, voz mazateca que quer dizer: “Temos direito à liberdade”.
Acordamos que nosso Coletivo se some às lutas pela liberdade, assim, iniciamos sendo parte da “Coordenadora Internacional de Solidariedade e pela liberdade de presos políticos e revolucionários do mundo, base Oaxaca”, porque não estamos sós. A 100 anos do assassinato, na prisão, de nosso irmão, o anarquista mazateco Ricardo Flores Magón, dizemos: Basta! Ninguém deve estar na prisão por pensar diferente! Nenhuma pessoa deve morrer no cárcere! Abaixo os muros de todas as prisões!
Convocamos novamente a solidariedade de cada pessoa do mundo e aos que já nos oferecemos, lhes pedimos que nos deem a honra de seguir contando com ela. Os convidamos a somar-se a nossos chamados. Se estamos de pé é porque, desde fora, vocês nos sustentaram com sua solidariedade. Agradecemos sua Fé e sua sensibilidade de reconhecer que somos inocentes.
Sinceramente, desde os cárceres de Villa de Etla, Taniveth e Cuicatlán, todos em Oaxaca, México: Coletivo:
“Tjí’nde-najin Kjoabijnandií-najin” “Temos direito à liberdade“.
Jaime Betanzos
Herminio Monfil
Fernando Gavito
Alfredo Bolaños
Omar Hugo Morales
Isaías Gallardo
Francisco Durán
Importante: Te convidamos a compartilhar e difundir este comunicado, também a traduzi-lo a todos as línguas que conheças e a compartilhá-lo com falantes dessas línguas.
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!