Este livro é uma leitura apaixonada de uma de nossas fontes de inspiração: Emma Goldman. Não é nossa intenção convertê-la em um mito, mas recordá-la, e pensá-la no presente. Após os oitenta e dois anos transcorridos desde sua morte, gostaríamos de falar dela desde sua vida e desde seu pensamento. O reconhecimento de Emma Goldman se fundamentava em sua vida, na heroica aventura de uma mulher judia, imigrante e anarquista que ajustou sua vida a seus ideais. A mitificação de sua vida redundou em subestimar seu pensamento e sua contribuição ao anarquismo no plano teórico.
No entanto, ela sempre celebrou a unidade da vida. Entendeu o anarquismo sem destacar umas esferas da vida (a teoria, o pensamento) e ocultar outras (o corpo, os afetos, a maneira de viver). Desde o anarquismo se entendeu e construiu sua genealogia supervalorizando a esfera do pensamento e postergando, desta maneira, as mulheres anarquistas que entenderam a importância de unir tudo o que constitui a vida.
Ela mesma destacou em mais de uma ocasião como entrelaçou vida e pensamento em um todo, podemos considerá-la uma mestra da unidade da vida. Sua maneira de viver a existência segundo os ideais de liberdade a partir das relações mais íntimas com os demais, era para ela um fim em si mesmo e um aspecto crucial da mudança social. Rechaçava a contraposição entre emoção e pensamento, entre vida pessoal, vida social e compromisso político.
Esta é a Emma Goldman que nos interessa, tanto a Agustín Comotto, autor da capa e de outras ilustrações no interior do livro, como a mim mesma. Chegou o momento de reconsiderar nossa genealogia anarquista e dar o merecido lugar a Emma Goldman.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
flor na lapela
noite de serenata
à janela
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!