Sou anarquista há décadas e fui preso em outubro de 1996 após um assalto a banco, ninguém foi morto ou gravemente ferido. Mas desde aquela época o estado me manteve na prisão. Em 8 de julho de 2013, fui deportado para a Unidade de ‘Detenção Preventiva’ (DP) no sudoeste da Alemanha. A DP é algo como a Prisão para proteção pública no Reino Unido, mas a DP se tornou lei em 1933 com os nazistas e permite que o estado mantenha alguém na prisão após o cumprimento da sentença, desde que o preso seja uma ameaça à segurança pública. Fui julgado como uma ameaça à segurança pública porque no final dos anos 90 e início dos anos 2000 fazia forte agitação contra juízes e políticos. Então fui condenado a mais de 5 anos de prisão. Pelo assalto a banco, o tribunal me condenou à prisão por 11 anos e meio. A sentença regular terminou em 7 de julho de 2013.
De volta ao presente: Em 2022, uma especialista em psiquiatra de Munique. Em seu relatório de 130 páginas, a especialista chegou à conclusão de que eu não seria uma ameaça. Em novembro de 2022, uma psicóloga do presídio e o Ministério Público enviaram depoimentos à Justiça e criticaram muito o laudo pericial. Mas a psiquiatra respondeu em 17 páginas e refutou seus argumentos.
Mas o tribunal local de Freiburg, presidido pelo honorável juiz Kronthaler, discordou da opinião da especialista. Após uma audiência de duas horas em 15 de fevereiro de 2023, o tribunal informou as partes e ordenou a nomeação de outro perito.
A especialista de Munique testemunha em tribunais há mais de 40 anos! Mas ela tem a mente mais aberta do que seus colegas conservadores. Para ela não era relevante que eu nunca me distanciasse do meu passado nem da minha biografia e atitudes políticas.
Amigos me ofereceram um lugar onde eu pudesse morar na cidade e uma estação de rádio local (https://rdl.de/) me admitiu na redação. Eles também ofereceram treinamento prático após minha libertação. Até que isso aconteça eu tenho a possibilidade de fazer parte do programa deles por telefone, porque aqui na DP a gente tem telefone nas celas. Então todo mês estou no ar. Um programa chamado AUSBRUCH (fugir/escapar) no qual falamos sobre as situações e desenvolvimentos dos prisioneiros.
O fato de não haver problemas há mais de duas décadas parece não ser suficiente para o tribunal, a administração da prisão e o promotor. Principalmente a psicóloga do presídio criticava por eu nunca ter retraído minhas atitudes. Então ela e seus colegas ficaram com medo de que eu pudesse me vingar de juízes ou políticos. Isso me deixa em um dilema sem solução.
Enfim, acho que uma postura ereta é mais importante do que cair de joelhos!
Thomas Mayer-Falk
a/c JVA (SV),
Hermann-Herder-Str. 8,
79104 Friburgo,
Alemanha
https://freedomforthomas.wordpress.com/
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Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!