Ilías Mihos, proprietário de um pequeno supermercado no bairro de Kolonós (Atenas), prostituiu e violou durante vários meses uma menina de doze anos. A menor e seus sete irmãos provêm de uma família de poucos recursos econômicos, pelo qual ela colaborava, depois do colégio, na loja onde sua mãe trabalhava de faxineira. Desta situação se aproveitou Ilías Mihos, homem conhecido e respeitado no bairro por seu papel de benfeitor com várias causas e de cantor na igreja. Não somente violou reiteradamente a menina, mas começou a explorá-la sexualmente sob a ameaça de despedi-la.
Entre maio e agosto de 2022 criou dezenas de perfis falsos em diferentes plataformas online, fazendo-a se passar por uma menor de 16 anos. Através destas publicações, 16 pederastas chegaram a violar a menina. Ele lhes cobrou entre 50 e 70 euros, quantidade que embolsava ele mesmo integralmente. Quando em agosto de 2022 cessou a atividade dos perfis online, 213 homens se encontravam em lista de espera para violar a pequena. O caso saiu à luz em outubro de 2022.
Uma tia da menina descobriu a situação pungente na qual se encontrava quando observou a reação de pânico que tinha cada vez que recebia uma mensagem de texto. A família denunciou, rechaçando uma tentativa de suborno da ex mulher do proxeneta, Elisavet Lekka, que ofereceu 10.000€ à mãe se esta se comprometesse a não agir.
Como resultado da denúncia, tanto Mihos como um número de violadores identificados pela menina foram detidos. O proxeneta e violador acusou a mãe de ter sido a responsável pela exploração sexual de sua filha. Só com sua acusação e as de um vizinho do bairro, a mãe foi encarcerada e continua na prisão até hoje, cinco meses depois da denúncia.
É importante ressaltar a cumplicidade do governo e da polícia grega com este tipo de tráfico no qual um homem mais velho que a vítima ganha sua confiança para finalmente poder prostituí-la. Não somente Ilías Mihos era membro conhecido da Nova Democracia, o atual partido do governo tanto da Grécia como de Atenas, mas Elisavet Lekka era conselheira do mesmo partido na municipalidade ateniense e membro do comitê gestor do orfanato público da cidade. Além disso, várias fotografias demonstram a íntima amizade de Mihos com o chefe local da polícia. Entre os 213 aspirantes a violadores pederastas se encontram membros da ND (Nova Democracia) e policiais.
Ainda que tanto Mihos como Lekka foram expulsos do partido como resultado dos fatos, a Nova Democracia sistematicamente tenta tirar a relevância de seu papel no caso e nega a alta participação de seus filiados e quadros políticos de sua formação junto à polícia na rede de tráfico com fins de exploração sexual. Enquanto isso, o fato de que a justiça patriarcal grega mantenha encarcerada a mãe da vítima sem que exista nenhum motivo para isso, além das acusações de um só vizinho e sobretudo do próprio Mihos, aumenta o sofrimento da menina e de toda a família. Uma vez mais, a violência sexual, psicológica e econômica se une à violência institucional.
Desde o Encontro Feminista Montequinto expressamos nossa solidariedade com a menina de doze anos, sua família e a Rede de Apoio formada por feministas e associações de moradores que não param de exigir justiça para ela e sua mãe. Contra a aliança criminosa do patriarcado, governos, polícia e justiça patriarcal: solidariedade, sororidade e feminismo!
Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1624390/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
cai, riscando um leve
traço dourado no azul
uma flor de ipê!
Hidekazu Masuda
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!