- Na segunda-feira passada, 10 de abril, no local da Fundação Anselmo Lorenzo de Madrid as três forças anarcossindicalistas de nosso país apresentaram conjuntamente um documento compartilhado que faz um chamado à confluência e a unidade de ação do sindicalismo combativo.
Trinta anos depois da divisão do anarcossindicalismo histórico, as três principais organizações do Estado espanhol, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Confederação Nacional do Trabalho (CNT) e a Confederação Sindical Solidariedade Obreira apresentaram um documento conjunto intitulado “A la classe trabalhadora. Por la movilización y la confluencia” (À Classe trabalhadora. Pela mobilização e a confluência). Na apresentação do escrito ante a opinião pública interviram Maribel Ramírez, Secretária de Ação Sindical da CGT, Antonio Diaz, Secretário geral da CNT e José Luis Carretero, Secretário geral do Solidariedade Obreira. O ato se realizou na sede da histórica Fundação Anselmo Lorenzo, ligada à CNT, depositária do principal arquivo do movimento libertário de nosso país.
Em um ambiente de camaradagem e boas intenções, as três porta vozes expressaram o significado do acordo alcançado. Antonio Diaz da CNT expressou que a confluência têm como objetivo “fomentar a luta da classe obreira”. Por sua parte Maribel Ramírez da CGT expressou que “é uma responsabilidade de todas começar a confluir e levar a cabo uma luta conjunta ante as agressões que estão sendo feitas por parte do capital e do Estado”. Nesse sentido, José Luis Carretero do Solidariedade Obreira expressou que a unidade de ação que propõe o documento chega quando nos encontramos em uma “encruzilhada histórica” e acrescentou que as três organizações compartilham um “passado comum” e que o que se está propondo é “um acordo do presente, para construir um futuro”.
Depois das felicitações compartilhadas e as declarações de intenções, o ato desenvolveu os pontos que menciona o comunicado, começando pela reivindicação de umas pensões públicas dignas. Antonio Diaz expressou que há que “fomentar a ideia de que quem tem que lutar pelas pensões somos as e os trabalhadores”, e não só as pessoas pensionistas. Maribel Ramírez acrescentou que há que tentar que a juventude se envolva nessa luta, e José Luis Carretero colocou como exemplo de luta o que está ocorrendo agora mesmo na França com as lutas pela idade de aposentadoria. Continuando com o desenvolvimento do escrito também se falou da luta sindical contra a brecha salarial, a reivindicação do feminismo e a defesa dos serviços públicos.
As três representantes anarcossindicais também compartilharam a ideia do sindicato como “novas instituições do comum”, em palavras de José Luis Carretero, que representem a uma classe obreira diversa, com “multiplicidade de sujeitos”, que têm que ver com as e os trabalhadores das empresas estratégicas, mas também das pequenas empresas, os trabalhos precários e as trabalhadoras autônomas. Desde a mesa também deixaram claro “diferenças organizativas” entre as três forças sindicais, mas como expressou Maribel Ramírez “estão unidas pelo mesmo fim” para acrescentar em tom de brincadeira que havia que agradecer “ao capital e o Estado” que tenha favorecido com sua ação contra os interesses da classe obreira “sentarem as três organizações na mesma mesa”.
Também as três organizações anarcossindicais expressaram sua preocupação pela guerra na Ucrânia, da qual manifestaram, a principal prejudicada é a classe obreira. Antonio Diaz recordou a respeito que o “antibelicismo” é um sinal de identidade do anarcossindicalismo. José Luis Carretero apontou como precisamente a guerra cerceia liberdades públicas, produz derivas autoritárias, e afiança leis como a Ley Mordaza que em nosso país derivou em que tenha gente “nos cárceres por escrever um twitter”. Nesse sentido o representante do Solidariedade Obreira assinalou que os sindicatos presentes deviam ser “escudos em defesa dos direitos conquistados”.
Precisamente desde essa lógica de confluência, apoio mútuo e solidariedade de classe, durante todo o ato esteve muito presente a situação das companheiras da CNT reprimidas na Suiza de Gijón. Maribel Ramírez o expressou de uma forma clara e contundente: “Se mexem com uma, mexem com todas”. O ato se encerrou com diversas intervenções do público que se felicitaram pelo acordo e que animaram a que seja só um primeiro passo para iniciativas conjuntas que vão de mãos dadas não só desde a luta sindical, mas também desde o encontro social em povoados, bairros e cidades. Precisamente, para Miguel Fadrique, Secretário geral da CGT, “o exercício de responsabilidade que as três organizações estamos levando a cabo deve ir mais além de um comunicado e uma coletiva de imprensa. Essa responsabilidade nos tem que levar a construir uma alternativa sindical e social séria, um espaço que trabalhe de maneira conjunta dia a dia e no qual a maioria da classe trabalhadora se veja refletida. Acima das siglas está a defesa de uns direitos laborais e sociais cada vez mais deteriorados; e frente a isto, só a unidade da classe trabalhadora vai conseguir reverter dita situação”.
Tradução > Sol de Abril
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agência de notícias anarquistas-ana
Sozinho na casa.
Lá fora o canto das cigarras.
Ah se não fossem elas…
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!