Madrid 1° de fevereiro de 1924 – 30 de janeiro de 2023 Valência)
Quando criança lhe coube sofrer a cruel Guerra na Madrid sitiada pelas bombas. Seu pai, cenetista ferroviário, ia em um trem blindado recolhendo os milicianos feridos na frente. Bem jovem começou a trabalhar de técnico eletricista e se filiou à CNT clandestina em 1943.
Como era muito perigoso atuar na Madrid franquista da repressão e da delação, o Sindicato o envia à Valência com um aval selado pelo Comitê: “O portador da presente é militante deste sindicato e se translada a essa por segurança”. E também lhe constrói uma nova identidade: Felipe Sánchez López, natural de Mondéjar (Cuenca). Que trabalhava de primeiro oficial ajustador da empresa Marconi.
Em Valência entra em contato com os companheiros Francisco Calvillo, Isidro Guardia… e começa de novo sua atuação clandestina. Até que no ano de 1961 é detido – Agustín o atribui a uma delação – e é retido uns dias na tétrica Chefatura Superior de Polícia da rua de Samaniego, de triste lembrança. Finalmente é julgado e enviado ao Cárcere Modelo de Valência, onde conviveu com o guerrilheiro “La Pastora”. Logo consegue a liberdade por uma anistia de Franco e recupera sua militância confederal.
Nós nos conhecemos em 1999, quando apareceu pelo local da Fundação acompanhado por Isidro Guardia. Desde então mantivemos uma relação cordial e participou em quantos atos de afirmação libertária se organizou e quando se requereu sua presença.
Aproveitava qualquer ocasião para mostrar com orgulho seu carnê de filiado ao Sindicato do Metal da Federação Local de Valência da CNT, com data de ingresso de 1943.
No ano de 2004 foi entrevistado para o documentário “Siempre será La Pastora” do realizador francês, de origem espanhola, Ismael Cobo. No ano de 2006 a CGT e a FSS organizaram uma homenagem aos homens e mulheres que participaram na revolução libertária e Agustín Torres foi um dos homenageados. No trabalho de documentação para redigir o livro e documentário “Vencidos“, de Aitor Fernández Pérez, editado no ano de 2013, participou dando seu testemunho. E se pode consultar uma entrevista na web da Diputació de València “Nuestra Memoria. Archivo de historia oral valenciana“.
Agustín era um dos últimos confederais valencianos testemunhos e atores da heroica luta da CNT contra o franquismo. Seus últimos anos necessitou uma cadeira de rodas mas sempre estava animado com uma cabeça ágil e desperta, e não perdia nenhum ato dos organizados pela Fundação. Nos abandona quando lhe faltavam dois dias para completar os 98 anos, mas nos deixa uma grata recordação.
Que a terra lhe seja leve e um abraço fraterno a sua companheira Maribel, seu apoio incondicional durante tantos anos, e a seus filhos Óscar e Ana.
Rafa Maestre
Fundação Salvador Seguí
Fonte: https://rojoynegro.info/articulo/obituario-agustin-torres-ramos/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Por aqui passou
uma traça esfomeada:
livro de receitas.
Francisco Handa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!