• Organizada pela Rede de Pesquisadoras sobre Mulheres Anarquistas, em aliança com o Instituto Nacional de Antropologia e História, e Mora
• Decorrerá de 22 a 26 de maio no Instituto Mora e no Departamento de Estudos Históricos do INAH.
Neste século, a historiografia sobre a participação das mulheres no movimento anarquista vem crescendo, como uma onda cuja crista se ergue e traz à tona biografias submersas no esquecimento. Esse boom pode ser visto na Primeira Jornada no México de Pesquisa sobre Mulheres Anarquistas, que acontecerá em dois locais.
O encontro acadêmico é organizado pela Rede de Pesquisadoras sobre Mulheres Anarquistas, com o apoio do Ministério da Cultura federal, por meio do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), e do Instituto de Pesquisas Dr. José María Luis Mora. Neste último, localizado na Plaza Valentín Gómez Farías nº 12, bairro San Juan Mixcoac, será realizado nos dias 22, 23 e 25 de maio de 2023, enquanto a Direção de Estudos Históricos do INAH (Allende 171, bairro Tlalpan Centro), nos dias 24 e 26.
A programação inclui 45 conferências, quatro delas magistrais, que acontecerão das 12h às 18h, e também serão transmitidas no canal da Coordenação Nacional de Antropologia no YouTube (youtube.com/@antropologiacnan), e no perfil do Facebook Institutomora (https://www.facebook.com/Institutomora/?locale=pt_BR).
Como expressou o vice-diretor de História Contemporânea do DEH, Alejandro de la Torre Hernández, “considerando que o anarquismo é um movimento e uma filosofia política que contempla a emancipação dos oprimidos de todos os seus jugos, um dos pontos-chave de sua agenda do século XIX tem sido a libertação das mulheres, a luta pela emancipação feminina. Isso dá muita força a essas investigações”.
“São quatro dias para três séculos”, comenta, já que as apresentações abordarão vários períodos desde o século 19 até o presente, regiões e problemas que cercam os anarquistas, fornecendo material valioso para reconstruir sua história e sua participação, muitas vezes silenciadas.
“Há uma galeria de ‘personagens’, algumas famosas como Luisa Michel, Emma Goldman, Margarita Ortega Valdés, Juana Belén Gutiérrez de Mendoza, Francisca J. Mendoza, até Flora Tristán, remontando à pré-história do socialismo latino-americano; mas outros precisam ir além do anonimato porque foram fundamentais na projeção e reprodução das lutas por meio de seu trabalho de propaganda”, sustenta o historiador.
Nesse sentido, destacou, no caso mexicano, a publicação de Gabriela González Phillips, Anarquistas mexicanas. Escritoras no alvorecer do século XX e a biografia de Ethel Duffy Turner (1885-1969). Uma existência no limite, movida pela Revolução, na qual Margarita Vásquez Montaño reconstrói uma trajetória complexa, repleta de contradições e lugares, ações e interações desde a esquerda, além da figura de seu marido, John Kenneth Turner, autor de México Bárbaro.
Ela também mencionou as contribuições à etno-história das mulheres anarquistas na Argentina, feitas por Laura Fernández Cordero, que abrirá o dia com a apresentação magistral Da história das mulheres aos estudos de gênero. Uma releitura crítica do anarquismo.
As outras conferências são: Posições políticas na trajetória de vida de Juana Belén Gutiérrez de Mendoza, A caneta como arma: um contraponto intelectual entre Blanca de Moncaleano e Luisa Capetillo e Mulheres anarquistas na Revolução Mexicana, das especialistas Ana Lau Jaiven, Jorell Meléndez e Ana Ribera Carbó, respectivamente.
Além disso, será apresentado o livro Revolucionárias, Rebeldes e Anarquistas: Mulheres no Partido Liberal Mexicano, coordenado por Luis F. Olvera Maldonado.
As conferências serão dadas em onze mesas temáticas que, a partir da ação das mulheres, “darão um panorama do anarquismo na América, indo dos Estados Unidos ao Caribe e, claro, ao México, onde contribuiu com táticas, discursos e a radicalização da Revolução. Da mesma forma, na América do Sul, especificamente no Río de la Plata, na Argentina, houve uma implantação muito forte do anarquismo nos movimentos operários, a partir do recrutamento de mão de obra migrante”, concluiu De la Torre Hernández.
agência de notícias anarquistas-ana
se andava no jardim
que cheiro de jasmim
tão branca do luar
Camilo Pessanha
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!