Em nosso folheto anterior, o título era “contra a extrema direita e o liberalismo”. Algumas pessoas podem ter pensado que não éramos contra todas as formas de capitalismo. Mas o objetivo desse título não era sugerir que a extrema direita é anticapitalista.
Basicamente, o capitalismo é a criação e a organização de desigualdades baseadas no capital. Essa base torna possível inventar uma forma infinita de capitalismo, dependendo dos métodos de distribuição do capital e dos limites que se colocam em seu poder. Isso dá a impressão de que o capitalismo é um horizonte insuperável.
A extrema direita é, de fato, muito capitalista. Ela só quer redistribuir a riqueza para reforçar as desigualdades – que ela considera naturais – e reforçar essas desigualdades por meio do reforço do capitalismo.
A política do pior geralmente leva ao pior. Como dizem seus adeptos: “Vamos aceitar a catástrofe agora mesmo, estaremos na merda, e então as pessoas terão uma consciência esclarecida e se revoltarão”. Lamentamos dizer que não é assim que as coisas funcionam. Não faltam exemplos históricos.
Muitas vezes, o argumento “martelo” em favor dessa política é que quando as pessoas estão com fome, elas se revoltam! Nada poderia estar mais longe da verdade. O exemplo clássico do stalinismo “organizando” grandes fomes na Ucrânia para silenciar qualquer revolta é muito revelador. Não importa o quanto as pessoas quisessem, o fato é que não houve revolução naquela época.
Sem mencionar que essa política demonstra um profundo desprezo pelos outros e é apenas vanguardista, excluindo-se da condição comum. É muito raro que os defensores dessa política a apliquem a si mesmos sem constrangimento.
Outra armadilha política é a “política do mal menor”, para fazer as pessoas engolirem as palavras “ok, não é ótimo, mas vamos aceitar e dias melhores virão”. A política do mal menor leva ao mal. A forma de aceitação é a famosa frase “de dois males, escolha o menor”.
Mesmo que possamos nos alegrar com os avanços que nos permitem incentivar a reflexão, especialmente quando foram obtidos por meio da luta, não é esse o nosso objetivo. Queremos construir um comunismo anarquista. É como a greve geral: mesmo que esse comunismo anarquista não possa ser decretado, ele deve ser construído. O que significa falar sobre isso.
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Por nossa filosofia, o anarquismo, ser baseada na recusa de toda dominação, somos radicalmente anticapitalistas. Mesmo que seja apenas uma das facetas que devam ser combatidas.
Fonte: http://www.cnt-ait.fr/contre-le-capitalisme/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Frescura:
os pés no muro
ao dormir a cesta
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!