Junho de 2013 está marcado na história recente do Brasil como o ano do maior levante popular dos últimos 100 anos. As maiores manifestações, em números absolutos, e em dimensão territorial ocorreram simultaneamente nos dias do mês de junho de 2013.
Antecedentes da revolta popular
As manifestações iniciaram por uma pauta concreta, o transporte público. Tradicionalmente, as máfias dos transportes públicos aumentam as tarifas no começo do ano. Naquele ano de 2013 ocorreram fortes manifestações contrárias aumento das tarifas em Porto Alegre-RS ainda em março. Goiânia-GO e Natal-RN em maio contra o aumento das passagens, com bastante violência policial em todas as cidades. Repetindo manifestações e enfrentamentos de anos anteriores, Salvador-BA com a Revolta do Buzu em 2003; Florianópolis-SC com a Revolta da Catraca em 2004, no Rio de Janeiro-RJ com uma Revolta contra o Fim do Passe Livre em 2007; em Natal-RN com a Revolta do Busão em 2012.
Mas em 2013 o contexto para grandes manifestações já estava formado para além das lutas contra o aumento das tarifas do transporte público. Haviam as “megaobras do PAC”, programa de aceleração do crescimento do governo Lula/PT que criava infraestrutura em regiões distantes dos grandes centros, como as hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, esta ultima a mais conhecida por ter sido construída em terras dos povos do Xingú. Esta ultima foi reconhecida como causa do Etnocídio de povos que mudaram suas relações em decorrência da construção dessa usina.
Além das megaobras em si, as relações de trabalho nestes canteiros de obras eram degradantes. Marmitas com comida estragada e colchões sujos eram oferecidos aos operários que frequentemente realizavam fortes manifestações contra as péssimas condições de trabalho. Nestas manifestações, constantemente tinham que atropelar o sindicato oficial, enfrentar a violência policial e da Força Nacional de Lula/PT e depois de Dilma/PT. Portanto, já havia um cenário de agudizamento da contradição Estado x Povos com as megaobras, sendo o Estado dirigido pelo Partido dos Trabalhadores-PT.
As cidades que sediaram Copa de 2014 passaram por fortes arranjos estruturais, obras nos estádios e na área de mobilidade urbana. A necessidade de retirar populações pobres das zonas em que os turistas passariam levou a uma série de remoções, em que as prefeituras e governos estaduais pudessem “higienizar” as regiões com turistas. Essas remoções levaram a uma série de lutas locais pelo direito a moradia que foram ganhando força. O Comitê Popular da Copa, articulação nacional que concentrava acadêmicos e militantes de partidos de esquerda e ativistas autônomos também interferiu nas lutas contra as remoções.
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agência de notícias anarquistas-ana
Na tarde sem sol
folhas secas projetando
sombras em minh’alma.
Teruko Oda
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!