Fazendo 10 anos das Jornadas de Luta de 2013 parte das forças da esquerda institucional vem revivendo análises que criminalizam ou deslegitimam as manifestações, criando uma retórica de que foi lá que nasceu um germe da extrema-direita bolsonarista, desconsiderando as diversas experiências de luta como um todo, suas complexidades seus marcos e acúmulos políticos. Sobre as narrativas que deslegitimam 2013, nós anarquistas especifistas nos colocamos uma pergunta central: quem tem medo do poder popular? quem sente pavor de ver o povo se organizando e se revoltando massivamente nas ruas reivindicando um direito básico?
O MPL, Movimento Passe Livre, origina-se a partir de lutas populares, como a Revolta do Buzu em Salvador (2003) e Revolta da Catraca de Florianópolis em 2005. O motivo da rebelião é a indignação diante das péssimas condições de transporte das classes oprimidas. Historicamente empurrado para as periferias das grandes cidades, nosso povo vive muito longe de onde trabalha, enfrentando horas de trânsito e atravessando cidades sufocados em veículos superlotados, com preços abusivos cobrados por esse serviço que emprega trabalhadores mal remunerados e sobrecarregados devido aos cortes de funcionários e às demissões em massa, que geram acúmulo de função, exploração que enche o bolso das máfias privadas de transporte coletivo.
Enquanto o povo brasileiro tira dinheiro do seu orçamento apertado, de seu salário que não acompanha o aumento do custo de vida, para pagar a ônibus, ou se arrisca furando as catracas e pulando os muros das estações, as famílias da Máfia do Transporte compram seus helicópteros, matriculam seus filhos nas escolas mais caras, comem do bom e do melhor – tudo isso às nossas custas.
Desde janeiro daquele ano, o povo se revoltou contra mais um aumento abusivo da tarifa e teve como resposta do Estado a repressão violenta e desproporcional. Manifestantes espancados e presos, gás lacrimogêneo e bombas de “efeito moral” disparadas à queima roupa, tiros de bala de borracha alvejando as pessoas no rosto, deixando muitas cegas e com ferimentos graves. Nossas sedes foram invadidas como a invasão do Ateneu Libertário – A Batalha da Várzea, sede da FAG em Porto Alegre, no dia 20 de junho de 2013, no auge da experiência do Bloco de Lutas contra o Aumento das Passagens.
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
https://cabanarquista.org/opiniao-anarquista-junho2013/
agência de notícias anarquistas-ana
Nos gestos da mão
baila a brasa do cigarro:
pisca o pirilampo.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!