4-5-6 de agosto de 2023
Claviere (ITA)- Briancon (FR)
Três dias no caminho para um mundo sem fronteiras ou autoritarismo
Três dias de reuniões e discussões, compartilhando reflexões, experiências e práticas
TRÊS DIAS DE LUTA CONTRA AS FRONTEIRAS
As políticas da União Europeia continuam a aumentar as mortes no mar e nos territórios de trânsito, construindo fronteiras internas e externas.
Novos acordos são assinados com países de trânsito e de partida.
Milhões são alocados em tecnologia, polícia e novos muros para deter as pessoas que estão a caminho da Europa ou em espaços no exterior.
Um esquema funcional para a aniquilação de migrantes.
Aqueles que chegam à UE são condenados a uma vida de escravidão na esperança de obter um passe para um status considerado aceitável pelo sistema.
Aqueles que não conseguem se desvencilhar da corrida de obstáculos burocráticos, aqueles que não trabalham legalmente, aqueles que se rebelam, aqueles que não são considerados integráveis ou exploráveis, tornam-se bucha de canhão para o sistema de centros de detenção ou para as prisões.
Nesse contexto, o número de pessoas forçadas a migrar devido à crise climática e ecológica desencadeada pelo modelo de produção dos Estados ocidentais também está aumentando. A fim de expor a hipocrisia desse sistema que saqueia, rejeita e deporta enquanto prega o ecologismo, acreditamos que a ação direta é o curso de ação necessário.
Se, por um lado, a União Europeia implementa um sistema que gera guerras e miséria e depois criminaliza e explora as pessoas que escapam dele, por outro lado, há aqueles que, com força e determinação, continuam a desafiar esse sistema todos os dias.
As passagens de fronteira que escapam do controle cada vez mais intenso dos Estados, os tumultos e as lutas que emperram as engrenagens dos centros de detenção administrativa, às vezes transformando-os em escombros – como em fevereiro de 2023 no CPR de Turim – mostram que a monstruosa máquina estatal é menos invencível do que parece.
Por essas razões, sentimos a necessidade de nos reunir, de nos encontrar, de nos reconhecermos, de nos organizarmos melhor, tentando escapar das armadilhas do assistencialismo ou das ações da mídia.
Durante os dias do acampamento, gostaríamos de cruzar novamente essa fronteira próxima a nós, mais uma vez de forma coletiva.
Gostaríamos de reafirmar sua prática e significado simbólico, contra todas as fronteiras, internas e externas, e os dispositivos que as alimentam. Contra os novos decretos assassinos italianos (Cutro) e franceses (Darmanin). Contra as novas leis europeias que permitirão uma externalização cada vez mais forte e violenta das fronteiras, com futuras deportações diretas para países terceiros sem origem.
Bilhões estão sendo gastos nessas montanhas na tentativa de construir o TAV (trem de alta velocidade), devastando um território em nome da velocidade das mercadorias e do transporte, enquanto aqueles que não têm documentos são forçados a arriscar suas vidas, sofrendo perseguições, assédio e violência policial por falta daquele pedaço de papel que continua a matar enquanto mercadorias e turistas viajam sem serem incomodados.
Pelo menos nove pessoas morreram nessa fronteira. Muitas ficaram feridas, inúmeras foram rejeitadas. Dezenas de pessoas por dia tentam cruzar essa linha imaginária protegida por gendarmes franceses e guardas italianos.
Nós estivemos, estamos e estaremos ao lado deles!
Participamos em grande número do acampamento itinerante –Passamontagna– em uma tentativa de relançar momentos de encontro e confronto coletivo, de agir em conjunto, tentando coordenar diferentes realidades e territórios em luta, na perspectiva de novos caminhos possíveis.
O evento de três dias é totalmente autogerido: não há organizadores ou usuários, apenas participantes!
Os cafés da manhã, almoços e jantares serão distribuídos gratuitamente. É necessário levar roupas de montanha, barraca, saco de dormir e louça.
Acompanhe as atualizações aqui em www.passamontagna.info
E-mail: info@passamontagna.info
Fonte: https://www.passamontagna.info/?p=4435
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
solo de mansinho.
poema ensaiando canto
de passarinho
Paulo Sérgio Vieira
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!